A justiça americana recusou conceder liberdade sob fiança para o brasileiro Cléber Rocha, 28 anos, que havia sido detido no início de janeiro em seu apartamento com quase US$ 20 milhões (cerca R$ 63,5 milhões) escondidos debaixo de um colchão.
De acordo com o Departamento de Justiça dos Estados Unidos, o homem, que vivia em Westborough, no estado de Massachusetts, é acusado de estar envolvido em um esquema de lavagem de dinheiro ligado a uma pirâmide financeira da TelexFree.
Segundo a denúncia, em abril de 2014, agentes federais revistaram a sede da TelexFree Inc. na cidade e, naquele mesmo dia, um dos fundadores da empresa, o também brasileiro Carlos Wanzeler, teria fugido para o Brasil.
Wanzeler e o co-fundador da TelexFree, James Merrill, foram indiciados em julho de 2014 por captar fundos de forma ilegal ao praticarem o esquema de pirâmide financeira. Merrill se declarou culpado dessas acusações em outubro de 2016 e aguarda sentença da justiça americana.
A Promotoria afirma que Rocha trabalhou como mensageiro para Wanzeler no esquema fraudulento. Ele foi pego em flagrante por agentes federais entregando uma mala com US$ 2,2 milhões para uma testemunha da fraude.
A punição prevê sentença de até 20 anos de prisão, três anos de liberdade supervisionada, além de uma multa de US$ 250 mil, ou o dobro do valor desviado.
Relembre o caso da TelexFree
A TelexFree (Ympactus Comercial Ltda.) era uma empresa que oferecia ligações de longa distância mais baratas pela internet e prometia ganhos de mais de 200% ao ano para quem publicasse anúncios e trouxesse novos clientes. Em um esquema de pirâmide financeira, prometia transformar qualquer um em milionário.
A promessa de dinheiro fácil, no entanto, não passava de um golpe bilionário que fez milhares de vítimas em todo o mundo, de acordo com autoridades americanas.
Em meados de abril de 2014, a Justiça dos Estados Unidos determinou o congelamento dos bens do grupo Telexfree e, poucos meses depois, a empresa anunciou a suspensão de todas suas atividades. O esquema é considerado a maior fraude dos Estados Unidos atualmente.