Uma avaliação secreta da CIA, a agência de inteligência civil do governo dos Estados Unidos, determinou que a Rússia interferiu nas eleições norte-americanas, com o objetivo de ajudar Donald Trump a conquistar a Casa Branca. As informações foram divulgadas pelo jornal The Washington Post, citando funcionários ligados ao caso.
O relatório foi publicado depois que o presidente Barack Obama ordenou uma revisão dos ciberataques que ocorreram durante as recentes eleições, em meio a crescentes pedidos do Congresso por informações sobre a extensão da interferência russa na campanha.
O presidente eleito Donald Trump negou as conclusões da comunidade de inteligência americana sobre o envolvimento russo.
"Essas são as mesmas pessoas que disseram que Saddam Hussein tinha armas de destruição em massa", afirmou a equipe de transição de Trump por meio de um comunicado.
"A eleição terminou faz tempo em uma das maiores vitórias da história do Colégio Eleitoral. Agora é hora de ir adiante e fazer os Estados Unidos grandes de novo", acrescentava o texto, usando o slogan da campanha de Trump.
De acordo com o Washington Post, indivíduos conectados com Moscou forneceram ao site WikiLeaks correios eletrônicos hackeados do Comitê Nacional Democrata e do chefe de campanha de Hillary Clinton, entre outros.
"É a avaliação da comunidade de inteligência que o objetivo da Rússia era favorecer um candidato sobre o outro, ajudar Trump a ser eleito", afirma o jornal, citando um alto funcionário americano.
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Agentes da CIA disseram aos legisladores que estava "bem claro" que a vitória de Trump era o objetivo da Rússia, de acordo com funcionários que falaram ao periódico.
No entanto, o jornal ressaltou que algumas perguntas permanecem sem resposta e a avaliação da CIA está longe de ser uma avaliação formal produzida pelas 17 agências de inteligência americanas.
Por exemplo, os agentes da inteligência não têm provas concretas de que funcionários russos ordenaram o fornecimento de e-mails ao site WikiLeaks. O fundador do WikiLeaks, Julian Assange, sempre negou qualquer vínculo com a Rússia.
Os legisladores democratas, que já foram informados em privado por agentes da Inteligência, sugerem que há algo a mais que a pirataria e que os fatos devem ser tornados públicos.
Em um gesto pouco comum, o senador Ron Wyden e outros seis democratas do Comitê de Inteligência do Senado exortaram Obama, em carta de 29 de novembro, para que revele mais sobre o tema.
Não se informou se falavam especificamente dos e-mails hackeados ou também das relações empresariais de Trump com a Rússia.
Divulgados a conta-gotas durante a campanha, o vazamento dos e-mails claramente teve um grande impacto. Também trouxeram à luz detalhes dos discursos pagos de Hillary em Wall Street, algo que a campanha tinha tentado manter em segredo.
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