O presidente Barack Obama não divulgará o relatório do Senado sobre a utilização de técnicas de torturas pela CIA. No entanto, o mandatário norte-americano vai conservar uma cópia que permanecerá na biblioteca presidencial, de acordo com carta da Casa Branca, divulgada na segunda-feira.
Havia expectativa em relação às intenções do presidente eleito Donald Trump, sob o temor de que as cópias do relatório secreto, de 2014, fossem destruídas pela nova administração, que tomará posse em 20 de janeiro. Entretanto, uma carta do conselheiro da Casa Branca, Neil Eggleston, enviada à senadora Dianne Feinstein, vice-presidente do Comitê de Inteligência, indica que o documento de 6,7 mil páginas será conservado.
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Obama estipulou que o relatório permaneça confidencial por pelo menos 12 anos.
"No momento, não consideramos a publicação de todo o estudo", afirma a carta envida a Feinstein.
O relatório sobre os interrogatórios agressivos praticados pela CIA detalha os métodos brutais utilizados pela agência e adotados nas prisões secretas de serviços aliados, incluindo a simulação de afogamento ("submarino"), para obter informações dos suspeitos de terrorismo, após os ataques de 11 de setembro de 2001.
O documento também destaca a existência de dúvidas sobre a eficácia das técnicas de interrogatório vigentes durante o mandato de George W. Bush e proibidas por Obama pouco depois de tomar posse.
Várias cópias do relatório foram distribuídas a membros importantes da comunidade de inteligência, mas, em 2015, quando os republicanos assumiram o controle do comitê no Senado, o novo presidente da Casa, Richard Burr, tentou recuperar todos os exemplares distribuídos.
Desde então, vários democratas pediram a publicação do relatório, com o temor de que os republicanos sumissem com o documento. A medida anunciada por Obama garante que pelo menos uma cópia vai sobreviver, mas sem possibilidade de se tornar pública antes de 2029.