Com prudência, os Estados Unidos saudaram o anúncio feito pelo presidente russo Vladimir Putin de um cessar-fogo na Síria, desejando que esta trégua seja "respeitada por todas as partes" no conflito.
– As informações relativas a um cessar-fogo na guerra civil na Síria representa uma evolução positiva. Todo esforço para parar a violência, poupar vidas e criar as condições para uma retomada das negociações políticas construtivas é bem-vindo – reagiu o porta-voz da diplomacia americana, Mark Toner, nesta quinta-feira.
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O departamento de Estado norte-americano informou que "os Estados Unidos não fizeram parte das negociações que conduziram a este acordo". A diplomacia do país terá um novo chefe dentro de um mês com a saída de John Kerry que, durante cinco anos, não conseguiu encontrar uma saída diplomática para o conflito na Síria.
O abrangente cessar-fogo na Síria entre o regime e os rebeldes está previsto para entrar em vigor à meia-noite desta quinta-feira, pelo horário local (às 20h, no horário de Brasília), antes da abertura de negociações de paz em virtude de um acordo concluído com o patrocínio da Turquia.
Segundo Toner, Washington apoia "completamente" a petição do enviado especial da ONU à Síria, Staffan de Mistura, de iniciar negociações em Genebra sobre o futuro político da Síria.
– A comunidade internacional espera que este cessar-fogo se mantenha para que se possa iniciar uma transição para um governo mais representativo, unido e pacífico – disse. – Um processo político liderado, inclusive, pela Síria entre o regime e a oposição, é crítico para estabelecer um acordo durante este conflito.
Após várias reuniões, na Turquia, entre emissários russos e representantes rebeldes, o presidente Putin anunciou a entrada em vigor de uma trégua na Síria à meia-noite de quinta. O acordo foi confirmado pelo exército sírio e a Coalizão Nacional Síria (CNS), principal componente da oposição no exílio.