O número dois do chavismo, Diosdado Cabello, considerou uma ameaça o prazo estabelecido pela oposição venezuelana para ratificar o diálogo com o governo de Nicolás Maduro e reforço a convocação de uma passeata para esta quinta-feira.
– Hoje a direita nos deu prazo de 10 dias, voltou a nos ameaçar. Falar com a oposição é falar com o nada, assim ninguém tem a palavra. Farei o que tiver que fazer para ajudar o companheiro Nicolás Maduro – disse Cabello em seu programa semanal no canal estatal VTV.
O secretário executivo da coalizão opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD), Jesús Torrealba, advertiu que na próxima reunião plenária para o diálogo, em 11 de novembro, a aliança "avaliará" os gestos do governo para confirmar o processo.
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Após o início das conversações, no domingo passado, com a mediação do Vaticano e da União de Nações Sul-Americanas (Unasul), a MUD anunciou na terça-feira a suspensão de um julgamento parlamentar contra Maduro por sua responsabilidade política na crise, assim como de uma mobilização convocada para quinta-feira até o palácio governamental de Miraflores.
No entanto, o governo pretende manter uma manifestação convocada para o mesmo local.
– Eu sou chavista e amanhã (quinta-feira) vou ao palácio de Miraflores – disse Cabello.
Ao justificar a suspensão do protesto da oposição, Henry Ramos Allup, presidente do Parlamento – controlado pela MUD –, afirmou que o Vaticano pediu moderação "de parte a parte" das passeatas convocadas na semana passada. Cabello, entretanto, destacou que "Ramos Allup não pode falar em nome do chavismo".
Apesar da determinação da MUD, estudantes opositores mantêm a convocação para uma marcha até Miraflores, assim como Lilian Tintori, a esposa do dirigente detido Leopoldo López.
Tintori iniciou na quarta-feira à noite uma vigília diante da prisão em que López está detido. Ela afirmou que não sabe nada sobre o marido desde sexta-feira da semana passada.