O cônsul italiano em Porto Alegre, Nicola Occhipinti, faz um alerta aos gaúchos com cidadania italiana: apressem-se a votar no referendo que definirá (ou não) modificações importantes no processo legislativo da Itália. A votação in loco será em 4 de dezembro, mas o eleitor em Porto Alegre deve pôr seu envelope com o voto na caixa do Correio ou entregá-lo no consulado, onde deve chegar até o dia 1º, às 16h. O endereço do consulado em Porto Alegre é Rua José de Alencar, 313.
Na noite desse dia, o próprio cônsul pegará um voo com os votos dos gaúchos de nacionalidade italiana para entregá-los em São Paulo, de onde partirão para Roma. Se você vive no interior do Estado, então, a pressa deve ser maior. Occhipinti recomenda que envio o envelope, com o voto no "sim" ou no "não", ocorra até o dia 25 ou 26 de novembro.
– Acho que todos os envelopes já chegaram aos eleitores, com uma explicação sobre o assunto que está sendo votado e as instruções. O eleitor deve ler e votar no "sim" ou no "não" – diz o cônsul.
No Rio Grande do Sul, são um total de 77 mil cidadãos italianos, sendo que, destes, 55 mil são eleitores. Em todo o Brasil, são 550 mil cidadãos italianos e 400 mil aptos a votar.
No último dia 28 de setembro, a ministra Maria Elena Boschi (das Reformas Constitucionais) esteve em Porto Alegre para falar sobre a primeira reforma constitucional italiana desde a criação da República, há 70 anos.
O principal objetivo da reforma é o de simplificar e tornar mais ágil o processo legislativo italiano. Caso seja aprovada, a reforma estabelecerá o fim do chamado "bicameralismo perfeito" (ou "paritário"), em que Câmara dos Deputados e Senado têm o mesmo peso, fazendo com que projetos fiquem em um "pingue-pongue", como diz o cônsul.
Será, com a eventual aprovação, o esvaziamento do Senado, que passará de 315 para cem integrantes. Os senadores não receberão mais salários, votando apenas um número limitado de projetos. Com o parlamento mais ágil em suas atribuições, a expectativa é de que os governos sejam mais estáveis.
A aprovação da reforma, que agora terá de ser referendada pelo voto popular, foi considerada uma vitória do primeiro-ministro Matteo Renzi, que a impulsionou. Na ocasião, ele comentou:
– A longa temporada da política sem resultados acabou. As reformas estão sendo feitas.
Depois, no Twitter, o chefe de governo voltou a se manifestar, acrescentando: "Obrigado a todos os que acreditam no sonho de uma Itália simples e mais forte. Para isso servem as reformas".
O voto na Itália é facultativo.
Na última eleição, 26,7% dos eleitores gaúchos votaram, o que é índice considerado alto na comparação com os 31,1% votantes na própria Itália.