Pelo menos 800 combatentes do grupo extremista Estado Islâmico (EI) morreram desde o início da ofensiva terrestre das forças iraquianas para reconquistar a cidade de Mossul, no norte do Iraque. No entanto, segundo o comandante das forças norte-americanas no Oriente Médio, Joseph Votel, será difícil divulgar números precisos porque os terroristas se deslocam pelas proximidades de Mossul e tentam se misturar à população civil.
– Calculamos que, provavelmente, mataram entre 800 e 900 combatentes do Estado Islâmico nas operações iniciadas há uma semana e meia – declarou o general americano Votel, que dirige o Comando Central dos Estados Unidos (Centcom).
O EI já não tem a capacidade de se deslocar em grandes comboios, mas a coalizão internacional adverte que ainda ocorrem movimentações em pequenos grupos.
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As forças de segurança iraquianas e os combatentes curdos avançam em direção a Mossul a partir de várias frentes e até agora o progresso em direção à segunda cidade do Iraque, de 1,5 milhão de habitantes, tem sido relativamente rápido. A ofensiva iniciada há 10 dias se concentra nas localidades e vilarejos próximos à cidade.
A resistência pode ser mais forte à medida que as forças iraquianas e curdas se aproximarem das linhas de defesa próximas aos subúrbios e no momento de entrar em Mossul. As últimas estimativas americanas informavam sobre a existência de pelo menos 3 mil combatentes na cidade e ao menos 1 mil espalhados na periferia.
A coalizão internacional advertiu que não utilizaria os balanços de vítimas como indicador da eficácia da ofensiva contra o EI no Iraque e na Síria. No entanto, apesar desta afirmação, periodicamente publica balanços de vítimas.
Cada vez mais deslocados
À medida que as tropas iraquianas avançam a Mossul, o fluxo de deslocados cresce.
– Há um aumento espetacular dos deslocados nos últimos dias – declarou Karl Schembri, do Conselho Norueguês para os Refugiados. – As tropas iraquianas avançam em zonas cada vez mais povoadas e, portanto, há mais deslocados – concluiu.
Nesta quinta-feira, o ministério iraquiano da Migração e de Deslocados anunciou que havia acolhido mais de 11,7 mil deslocados desde o início da ofensiva. As vítimas relatam o sofrimento diário sob o regime brutal do Estado Islâmico. Alguns puderam se reencontrar com familiares que não viam desde que o grupo terrorista se apoderou de Mossul, em junho de 2014.
– Não podíamos fumar nem utilizar os telefones. Não podíamos ver televisão e éramos obrigados a deixar a barba crescer – contou Saddam Dahham, que viveu em uma aldeia próxima a Mossul sob o controle do EI.
Depois de fugir da aldeia com sua esposa e seus três filhos, a primeira coisa que fez foi cortar a barba.
A ONU e as ONGs presentes perto de Mossul temem uma crise humanitária.
– Esperamos até 200 mil deslocados nos próximos dias – disse Schembri. – E, por enquanto, há capacidade para acolher apenas 60 mil – acrescentou.