O governo regional da Escócia publicará na próxima semana o rascunho do projeto de lei para organizar um novo referendo de independência em resposta ao Brexit, anunciou nesta quinta-feira a primeira-ministra Nicola Sturgeon.
– Posso confirmar que na próxima semana será publicado o projeto de lei do referendo de independência para consultas – disse Sturgeon no congresso anual do Partido Nacional Escocês (SNP), em Glasgow.
Desde o referendo britânico que aprovou a saída da União Europeia (UE), em 23 de junho, Sturgeon afirma que pretende explorar "todas as opções" para proteger o espaço da Escócia, onde o apoio ao bloco europeu foi gigantesco.
– Enfrentamos uma ruptura dura (com a UE) imposta pela ala mais à direita do Partido Conservador. (Theresa) May não tem o mandato para retirar do mercado único nenhuma parte do Reino Unido – advertiu Sturgeon, antes de estimar que esta possibilidade é uma ameaça para 80 mil empregos na Escócia.
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O primeiro referendo de independência da Escócia aconteceu em setembro de 2014 e terminou com a vitória dos partidários da permanência no Reino Unido (55% a 45%).
O anúncio do projeto de lei é visto como "um ultimato" – nas palavras de Toni Giugliano, conselheiro do SNP de Edimburgo – a May para que apresente um modo de manter a Escócia na UE. No entanto, a primeira-ministra britânica foi muito clara no congresso do Partido Conservador na semana passada: o Brexit não é negociável e não haverá exceções.
– Votamos no referendo como Reino Unido, negociaremos como Reino Unido e deixaremos a União Europeia como Reino Unido. Nunca permitirei que alguns nacionalistas divisivos minem a valiosa união entre as quatro nações de nosso Reino Unido – disse May.
Sturgeon advertiu ao governo britânico que será firme:
– A Escócia não escolheu estar nesta situação. Seu partido nos trouxe até aqui. A bola, primeira-ministra, está no seu campo – disse diretamente a May.