O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, afirmou nesta segunda-feira que a Turquia terá um papel na ofensiva iraquiana apoiada pelos Estados Unidos para recuperar a cidade de Mossul dos extremistas, e considerou impensável que Ancara permaneça "à margem".
– Estaremos na operação e estaremos na mesa. De nenhuma forma vamos ficar fora. Temos irmãos em Mossul: árabes, turcomanos, curdos, são nossos irmãos – declarou em um discurso televisionado.
Leia mais
Pelo menos 56 rebeldes morrem em confrontos com o exército no Sudão do Sul
Doze civis são mortos após ataques em Aleppo, na Síria
Naufrágio em Myanmar deixa 14 mortos e dezenas de desaparecidos
A Turquia insiste em estar associada à operação para recuperar a cidade do norte do Iraque nas mãos do grupo Estado Islâmico, cujo início foi anunciado durante a noite pelo primeiro-ministro iraquiano, Haider al-Abadi.
As relações entre Ancara e Bagdá ficaram tensas nos últimos dias enquanto parecia que a Turquia era mantida à margem dos intensos preparativos para a ofensiva de Mossul. Na sexta-feira, Erdogan ameaçou recorrer a um "plano B" se o exército turco não estivesse associado a esta ofensiva, sem dar, no entanto, detalhes sobre as eventuais medidas.
A Turquia se opõe a qualquer participação nesta ofensiva de grupos xiitas ou grupos armados curdos filiados ao Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), que considera terrorista.
O governo iraquiano denunciou, por sua vez, a presença de centenas de militares turcos desde dezembro de 2015 em uma base em Bachiqa, na região de Mossul, para treinar voluntários sunitas buscando uma reconquista do reduto iraquiano do EI.
– Que ninguém espere que nós deixemos Bachiqa – respondeu Erdogan nesta segunda-feira.
Em uma aparente tentativa de reduzir a tensão, Ancara enviou a Bagdá uma delegação dirigida pelo subsecretário de Relações Exteriores Umit Yalçin, para falar da presença militar turca em Bachiqa e da ofensiva de Mossul, segundo a agência de notícias pró-governamental Anatolia.