O Estado da Flórida, nos Estados Unidos, está em situação de alerta devido à chegada do furacão Matthew na madrugada desta sexta-feira. A previsão é de que o vento atinja velocidade de 250 km/h, o que pode fazer com que a categoria do fenômeno passe a 4 – até agora, em sua passagem pelo Caribe, ele tem sido enquadrado na categoria 3.
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A brasileira Thamy Martins, 28 anos, natural de Porto Alegre, disse que é de alerta, porém sem pânico, a situação em Pompano Beach, no condado de Broward, onde ela mora com o marido e a filha do casal, que vai completar seis meses nesta semana,
Segundo a porto-alegrense, que vive na cidade desde o início deste ano, a família saiu nesta quinta-feira do apartamento onde mora e hospedou na casa de amigos em Coconut Creek, a cerca de 20 minutos de sua residência. Thamy explicou que seu apartamento não é preparado para eventos desse tipo:
– Nós moramos a algumas quadras da praia e o edifício onde fica o nosso apartamento não é preparado para um furacão ou para uma tempestade mais forte e não cumpre uma série de medidas contra isso. Então, optamos por sair.
Segundo Thamy, o governador da Flórida enviou uma série de alertas para a população evacuar as áreas litorâneas do Estado.
– No início do dia, o pessoal daqui mesmo estava indo para a praia, surfando. O governador emitiu um alerta, dizendo para o pessoal não fazer isso – explicou.
Thamy disse que ela, o marido e o casal que os está hospedando compraram uma boa quantidade de água e de alimentos que não precisam de energia elétrica para serem conservados:
– Ficamos preocupados, porque somos brasileiros e estamos passando por isso pela primeira vez. A gente fica muito tenso. Estocamos muita comida, bastante água. Compramos velas, temos lanterna. As pessoas estão comprando bastante alimentos, mas os supermercados estão sempre repondo os estoques para atender à procura. Eles são bem preparados para essas situações.
A brasileira disse que o clima na cidade onde eles estão é tranquilo. Segundo ela, "o alerta para a furacão mudou a rotina da população, mas não causou confusão, porque os moradores já estão acostumados com essas situações e sabem se preparar para enfrentá-la".
Thamy falou que o casal está um pouco aflito com o risco de o furacão ou o rastro dele atingir seu apartamento em Pompano Beach.
– A gente está meio inseguro para ver como vai estar o nosso apartamento quando a gente voltar. Tiramos o máximo de coisas, mas os principais móveis e objetos ficaram.
Por volta das 23h desta quinta-feira, a reportagem conversou com o brasileiro Alessandro Menezes, 35 anos, que também mora em Pompano Beach. O estilista, de Canoas, na região metropolitana de Porto Alegre, optou por permanecer no município, porque a casa que aluga é bem protegida. Menezes mora a 10 minutos da praia, e disse que as ruas da cidade estão vazias e os itens mais procurados pelos moradores são comida, água e combustíveis.
– As ruas estão vazias, parecem um deserto. A chuva forte parou, mas o vento está aumentando. Vários postos de combustíveis estão sem gasolina. O pessoal está comprando bastante água. O trânsito daqui para Orlando está bem congestionado – contou o brasileiro.
Segundo o gaúcho, é visível que a boa parte da população da cidade está assustada em relação a chegada do furacão. Menezes relata que alguns supermercados aumentaram o preço da água após a grande procura pelo produto.
– Antes da correria, pagava US$ 2,97 por um fardo com 24 garrafas de água. Ontem (quarta-feira), fui no mercado e paguei US$ 8,99 – reclama.
Para se prevenir do fenômeno, o brasileiro, que mora há um ano nos Estados Unidos, disse que comprou biscoitos, pães e água. Ele também abasteceu os carros e procurou deixá-los próximos de casa, pois não possui garagem.
– Tenho controle emocional bom, mas fico um pouco tenso, até pelo que vi, em matérias e imagens no Facebook, do que foi destruído pelo furacão em outros locais. Fico um pouco mais apreensivo, mas mantenho o controle porque minha namorada é mais ansiosa do que eu. Então tenho de manter uma postura mais tranquila – finalizou.
*Zero Hora