O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, um dos principais dirigentes presentes na reunião do G-20, pressionou a China a diminuir o excesso de produção de aço no país. O tema é uma das principais rusgas entre as nações europeias e o gigante asiático.
Em sua fala, Juncker afirmou ser "crucial" que a China aceite o monitoramento global de seu parque de produção de aço. Segundo o rascunho do comunicado a que o Wall Street Journal teve acesso, as nações do G-20 devem apoiar a criação de um fórum global sobre a superoferta de aço, que será tocado juntamente à Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
O texto ainda precisa ser aprovado por todos os participantes. As referências sobre o excesso de produção foram relutantemente aceitas pelas delegações chinesa e indiana, de acordo com uma autoridade europeia envolvida na negociação.
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O presidente da Comissão Europeia, que também age como a autoridade sobre competição do bloco, lembrou que o órgão abriu uma série de investigações antidumping contra produtores chineses.
– Resolver o problema da sobrecapacidade de maneira crível será um teste ao passo que a Comissão Europeia avalia a recepção da China à nossas investigações – disse.
Ele disse estar determinado a "defender os interesses da indústria de aço europeia e seus trabalhadores", e acrescentou que o setor perdeu milhares de postos de trabalho nos últimos anos no continente, em parte devido à falta de aderência chinesa às regras comerciais.
Em um discurso feito a um fórum de negócios na véspera do encontro do G-20, no sábado, o presidente da China, Xi Jinping, reconheceu indiretamente mas repeliu a pressão estrangeira sobre a indústria local, afirmando que as medidas tomadas por Pequim são as "mais duras" possíveis.
A China é o maior produtor mundial de aço e dobrou suas exportações para a União Europeia nos últimos dois anos. Mesmo assim, a demanda do bloco ainda é menor que a registrada antes da crise financeira de 2008. Os preços europeus para o aço caíram quase 40% no período.