A oposição síria apresentou, nesta quarta-feira, em Londres, um plano de transição política que incluirá, segundo o ministro britânico das Relações Exteriores, Boris Johnson, uma fase de seis meses de negociações entre o atual regime e seus opositores.
Johnson recebeu, nesta quarta-feira, integrantes do Alto Comitê de Negociações (ACN), formado pelos principais representantes da oposição e da rebelião da Síria.
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O ministro britânico afirmou ao jornal The Times que as propostas da oposição incluem uma fase de seis meses de negociações. Durante os 18 primeiros meses, o país seria administrado por um governo de transição integrado por membros da oposição, representantes do atual governo e membros da sociedade civil.
"A visão está baseada na declaração de Genebra de 2012 e nas resoluções da ONU correspondentes que destacam a importância de uma saída (do presidente) Bashar al-Asad e de sua camarilha", destacou o ACN em um comunicado.
O projeto compreende "mecanismos para acabar com qualquer forma de intervenção externa", assim como um "amplo programa para lutar contra o terrorismo e erradicar a ideologia extremista".
O programa também busca "responder à crise econômica" com o lançamento de "projetos de reconstrução e a restauração de infraestruturas" destruídas ou danificadas durante a guerra, afirma o comunicado.
Boris Johnson considerou que o projeto da oposição não pretende acabar com toda a estrutura estatal.
– Isto foi um dos erros do Iraque e não deve se repetir na Síria – declarou ao Times.
Além disso, Johnson pediu ao presidente sírio que deixe o cargo e afirmou que seria possível evitar um tumulto como o que foi observado após a queda do presidente iraquiano Saddam Hussein em 2003.
– Por quê aconteceria o mesmo? Assad não é um homem forte, e sim um líder frágil e aterrorizante que nunca poderá mantar seu unido depois dos massacres que produziu – disse Johnson.
O conflito sírio, iniciado em 2011, provocou mais de 290 mil mortes e obrigou milhões de pessoas a abandonar suas casas.
*AFP