A Coreia do Norte detonou nesta sexta-feira, por ocasião de sua festa nacional, sua quinta bomba atômica, confirmou a TV estatal norte-coreana, após um forte tremor no polígono de tiro de Pyunggye-ri. – Nossos cientistas realizaram a detonação de uma ogiva nuclear de um novo tipo no sítio de testes do norte do país. O partido lhes envia uma mensagem de felicitação pela realização desta prova bem sucedida, declarou a TV estatal.
A presidente sul-coreana, Park Geun-Hye, qualificou o teste nuclear de "provocação" com a qual "o regime de Kim Jong-Un apenas receberá mais sanções e isolamento".
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O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, declarou que "o teste nuclear norte-coreano é absolutamente inaceitável para o Japão". Tóquio "apresenta um sério protesto contra a Coreia do Norte e condena (este teste) da forma mais enérgica". Abe declarou ainda que o programa nuclear de Pyongyang "se transformou em uma séria ameaça à paz e à segurança da comunidade internacional".
O Instituto Geológico dos Estados Unidos (USGS) confirmou que um tremor de 5,3 graus de magnitude abalou a região de Pyunggye-ri, onde a Coreia do Norte realiza suas provas atômicas, por volta de 00H30 GMT de sexta-feira (21H30 Brasília de quinta). –Trata-se de fato de uma explosão, e ocorreu na superfície, mas não podemos determinar de que tipo é, declarou o USGS. "Foi situada na zona onde a Coreia do Norte realizou testes nucleares no passado".
O teste, que coincide com o aniversário da criação da República Popular e da instauração do regime comunista, em 1948, seria o "mais potente" já realizado pela Coreia do Norte. –A explosão parece ter tido a potência de 10 quilotons, a mais forte já realizada pelo norte até o momento, declarou um alto oficial.
O terceiro teste nuclear norte-coreano, em fevereiro de 2013, teve uma potência de entre 6 e 9 quilotons.A Coreia do Norte já havia realizado quatro testes com bombas nucleares, o último em janeiro, como parte de um programa armamentista que inclui ainda o desenvolvimento de mísseis balísticos de longo alcance e é alvo de sanções da ONU.
Esta semana, o líder norte-coreano, Kim Jong-Un, convocou as forças armadas a seguir adiante com o desenvolvimento de seu arsenal nuclear, segundo a agência oficial KCNA. Kim "destacou a necessidade de se prosseguir com estas realizações milagrosas, reforçando o potencial nuclear, passo a passo, neste ano histórico", ressaltou a KCNA.
Resoluções da ONU proíbem à Coreia do Norte de utilizar qualquer tecnologia nuclear e de mísseis balísticos, apesar de Pyongyang ter realizado quase 20 tiros de teste apenas este ano. No dia 24 de agosto, Pyongyang lançou um míssil balístico de um submarino (SBLM) que percorreu cerca de 500 km em direção ao Japão, o que para os especialistas é um claro progresso no programa norte-coreano.
Uma verdadeira capacidade SLBM elevaria a ameaça nuclear norte-coreana, com Pyongyang ampliando seu poder de dissuasão além da península coreana. A Coreia do Norte também anunciou ter conseguido reduzir suas bombas nucleares, tecnologia indispensável para montar as ogivas nos mísseis balísticos.