O candidato presidencial republicano Donald Trump tentou, nesta quinta-feira, acalmar a onda de indignação que ele causou nos Estados Unidos ao sugerir que a Rússia deveria hackear os e-mails de sua adversária democrata Hillary Clinton alegando que havia sido "sarcástico".
– É claro que estou sendo sarcástico – declarou o magnata à rede Fox News, um dia depois de ter lançado seu desafio a Moscou em uma coletiva de imprensa.
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Trump, que agora como candidato republicano poderá receber seu primeiro relatório reservado de inteligência, sugeriu à Rússia que ajude a encontrar e-mails que foram apagados dos servidores que Hillary usou quando era secretária de Estado.
– Rússia, se estiver escutando isso, espero que seja capaz de encontrar os 30 mil e-mails que estão faltando – disse Trump, acrescentando que isso valeria uma "generosa recompensa da imprensa".
A equipe de campanha da candidata democrata condenou imediatamente a sugestão de Trump ao estimular a Rússia a espionar os e-mails da ex-secretária de Estado, considerando que se trata de uma "questão de segurança nacional".
A acusação de Trump de fomentar a espionagem por outro país ocorre em um momento em que as autoridades suspeitam que a Rússia tenha sido responsável pela invasão dos servidores de e-mail do Comitê Nacional do Partido Democrata, e a divulgação pública de 20 mil mensagens.
A equipe de Hillary acredita que a Rússia tenha passado esses e-mails para o WikiLeaks, que divulgou o conteúdo na semana passada, para gerar uma crise entre Hillary e seu adversário na disputa interna do partido, o senador Bernie Sanders.
– Francamente, eles não sabem se foi a Rússia, não têm nem ideia se foi a Rússia, se foi a China, se foram outros – disse Trump à Fox.
– O verdadeiro problema é o que está dito nos correios eletrônicos do Comitê Nacional Democrata – acrescentou. – O que disseram nos e-mails é uma vergonha e eles só estão tentando desviar a atenção disso – disse ainda.
O escândalo com os e-mails do comitê democrata provocou a renúncia da presidente do partido, a legisladora Debbie Wasserman Schultz, e inflamou as tensões internas na Convenção Nacional do partido na Filadélfia.
O ex-prefeito de Nova York Rudy Giuliani, outra controvertida figura da vida política americana, saiu em defesa de Trump.
– Ele estava brincando – declarou à CNN.
*AFP