Dez pessoas morreram, entre elas o agressor, e outras 16 ficaram feridas em um tiroteio em um shopping em Munique, na Alemanha, na noite de sexta-feira. A polícia acredita que o ataque tenha sido executado por um único homem, que se suicidou depois da ação - um alemão de 18 anos de origem iraniana. As motivações do ataque ainda não foram esclarecidas.
A polícia alemã não vincula o autor do atentado de sexta-feira em Munique ao grupo Estado Islâmico (EI). Não foram registradas quaisquer ligações. O chefe da Polícia de Munique, Hubertus Andrae, disse, neste sábado, não haver razões para acreditar que o suspeito por trás do tiroteio estivesse ligado ao EI.
O atirador tinha 18 anos, nasceu e cresceu em Munique (tinha nacionalidades alemã e iraniana). As autoridades alemãs definem o homem como um rapaz desequilibrado.
O autor do tiroteio atuou sozinho e não era fichado pela polícia. Segundo a polícia, o atirador armou uma emboscada para um certo número de pessoas através do Facebook, para atraí-las para o local da matança.
A polícia achou indícios de que o jovem sentia grande fascínio pelos assassinatos em massa e que juntava informações sobre pessoas desequilibradas e autoras de chacinas, como livros e artigos de jornais.
O tiroteio:
O tiroteio aconteceu pouco antes das 18h no horário local (13h, no horário de Brasília) em um restaurante da rede McDonald's, tendo continuidade em uma rua próxima. Testemunhas apontaram três agressores, que teriam entrado no shopping perto do Estádio Olímpico, no norte da cidade. Um vídeo amador, postado nas redes sociais, mostra pessoas tentando fugir do restaurante, enquanto um homem vestido de preto atira nelas várias vezes.
A estação central foi evacuada, e os transportes públicos foram totalmente suspensos. Os serviços foram retomados cerca de seis horas depois.
Inaugurado nos anos 1970 e o maior da Baviera, o shopping foi cercado pela polícia, enquanto helicópteros sobrevoavam a cidade. O estabelecimento fica próximo do local onde um comando palestino fez atletas israelenses de reféns durante os Jogos Olímpicos de 1972. Onze deles foram mortos.
Depois de anunciar 21 feridos, a polícia reduziu o número para 16. Três deles estão em situação grave. Há crianças entre os feridos, e várias "pessoas jovens" entre os mortos.
Suspeita de atentado extremista:
Inicialmente, um porta-voz disse que as autoridades suspeitavam de um ato terrorista cometido por três atiradores, que estariam foragidos. Depois, o chefe da polícia local, Hubertus Andrä, recuou:
- Por enquanto, partimos do princípio de que se trata de um tiroteio - disse, acrescentando que ainda não era possível considerar uma eventual motivação terrorista.
Segundo ele, o autor gritou algo no momento de passar à ação, mas a investigação ainda não permitiu saber o que disse o atirador. Citando testemunhas, veículos da imprensa local disseram que o rapaz gritou "Allah Akbar" (Alá é grande).
À noite, circulava nas redes sociais um segundo vídeo amador, cuja autenticidade ainda não pôde ser verificada, mostrando o que parece ser um atirador sobre um telhado. Várias pessoas apontam para ele, enquanto gritam palavras racistas.
Sequência de ataques:
O ataque foi lançado em uma Europa já em estado de alerta após vários atentados extremistas na França e na Bélgica. O tiroteio acontece apenas alguns dias depois do ataque cometido em Wurzburgo, perto de Munique, por um demandante de asilo que atacou passageiros em um trem. Cinco pessoas ficaram feridas, duas delas gravemente. O Estado Islâmico (EI) assumiu a autoria desse atentado, o primeiro reconhecido pelo grupo na Alemanha.
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