O paulista Danilo Magossi, 30 anos, natural de Americana, estava em um evento no centro de Munique quando recebeu as primeiras informações sobre o atentado no entorno de um shopping center na cidade. De acordo com o brasileiro, a movimentação foi intensa após o incidente.
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– Eu estava no centro de Munique em uma festa com um amigo e não sabia o que estava acontecendo. Fomos embora logo que recebemos a informação do atentado. Tentamos utilizar o transporte público, mas todos os meios de locomoção da cidade estavam desativados – afirmou Magossi.– Tive que ir caminhando até a minha casa, que fica a cerca de oito quilômetros do Centro. No caminho, só o que víamos eram carros e helicópteros da polícia – acrescentou.
Magossi, que mora há um ano em Munique, relatou que a cidade está vazia, apenas as forças de segurança são vistas nas ruas.
– Não tem ninguém nas ruas. A cidade está evacuada. Restaurantes estão fechados, as pessoas estão trancadas em casa. Só o que se vê são carros da polícia e policiais extremamente armados. A informação que temos é que eles ainda estão caçando os autores do crime.
O paulista disse que nunca havia presenciado nada desse tipo na cidade, que ele considera muito segura e com baixos índices de violência.
– Nunca vi tanta polícia na cidade – completa.
A gaúcha Denise Lanz, 44 anos, natural de Sapiranga, disse que quase foi ao centro de Munique instantes antes do ataque.
– Por sorte, não fui ao centro (perto do local do ataque) hoje à tarde. Teve toque de recolher logo após o ocorrido. Os trens pararam. No momento (por volta de 16h43min no Brasil, 21h43min na Alemanha), estou vendo TV. Estão à procura de mais três possíveis atiradores. Tudo muito caótico. Na TV, a polícia apenas diz que é muito cedo para dizer qualquer coisa. Os números são incertos. E o clima é caótico – relatou.
O alemão Thomas Siegler, 36 anos, descreveu a intensa movimentação policial na cidade após o tiroteio.– Primeiro, ouvi muitas sirenes de polícia. Depois, helicópteros. Depois, vieram as primeiras mensagens via aplicativos de notícias e grupos de WhatsApp. A polícia pediu e segue pedindo, via Twitter, para ficarmos em casa.
– Alguns amigos meus que trabalham em hospitais tiveram de voltar aos centros médicos por causa do ataque. No momento, a GSG9 (uma divisão contra terrorista da Polícia Federal alemã) está a caminho. Os trens pararam e a cidade está vazia.
Não tem ninguém na rua. Todos os carros são controlados pela polícia.Os pais de Siegler estavam no metrô no momento do atentado e foram evacuados do meio de transporte.
– Meus pais estão aqui em casa no momento porque foram retirados do trem. Eles moram em outra cidade, mas vieram para celebrar os 60 anos da minha mãe, amanhã – completou o alemão.
O publicitário Marcelo Alves, de Porto Alegre, que mora há dois meses em Munique, sentiu na pele a tensão da onda de atentados na Europa. Por volta das 18h desta sexta-feira, horário local, ele estava com a esposa, Poliana Schuelter, em uma praça no centro de Munique, quando começou a correr junto com uma multidão em pânico.
– Estávamos no centro da cidade, passeando em uma praça, quando começou uma correria. Olhei no grupo de WhatsApp do trabalho e disseram que tinha sido no shopping. Depois, falavam que era tiroteio em todos os cantos da cidade. Tentamos pegar um metrô para voltar para casa, mas o segurança disse todo o transporte foi interrompido. A polícia alemã está louca. Correria nas ruas, helicóptero. Poderia ter gravado, mas a vontade de correr foi mais forte – relata Alves, que se mudou em junho deste ano para Munique com a esposa.
– É estranho acreditar que isso está acontecendo aqui – desabafa.
A porto-alegrense Carolina Tavares Lopes, 20 anos, está há 10 dias em Munique, onde está participando de um curso de alemão. Ela estava saindo da aula por volta das 18h, quando estranhou a movimentação policial no centro da cidade.
– A cidade agora está quieta. As pessoas estão em alerta. Do prédio onde estou, é possível ver as luzes dos vizinhos todas ligadas. A polícia mandou todo mundo ficar em casa. As pessoas estão chocadas. Nesta semana, um ataque dentro de um trem já havia chocado os alemães. Agora, com esse ataque, eles estão bem mais assustados, pois há informações de que alguns criminosos ainda estão soltos – disse Carolina.
A gaúcha também relatou a grande movimentação policial em Munique após o atentado. Ela disse que é normal ver um volume de policiais e ambulâncias no centro da cidade, mas hoje as ruas estavam tomadas por forças de segurança.
– Eles consideram todo mundo suspeito. Desconfiam de todos. Se alguém sai para a rua, eles pedem para levantar as mãos e se identificar – completou.
Carolina está realizando um intercâmbio de seis meses em Londres e decidiu realizar um curso de alemão em Munique nas suas últimas três semanas de estadia na Europa.
*Zero Hora