O ministro iraquiano do Interior, Mohammed Al Ghabban, apresentou, nesta terça-feira, sua demissão ao primeiro-ministro Haider al Abadi, dois dias depois de um atentado reivindicado pelo grupo extremista Estado Islâmico, que deixou mais de 200 mortos em Bagdá.
– Eu apresentei a minha renúncia ao primeiro-ministro – anunciou Mohammed Al-Ghabbane durante uma coletiva de imprensa, reconhecendo falhas nas medidas de segurança na capital.
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O atentado no domingo, que causou indignação aos habitantes da capital, ocorreu no bairro de Karrada, de maioria xiita. Segundo o último balanço, ao menos 213 pessoas morreram na tragédia.
O ministro do Interior afirmou que o carro-bomba veio da província de Diyala, ao norte da capital, o que significa que ele foi capaz de atravessar com segurança os postos de segurança durante o seu trajeto.
Ghabbane, cuja demissão ainda não foi aceita, considerou que estes postos de controle espalhados por toda Bagdá, uma das medidas simbólicas do Estado para proteger a cidade, eram "absolutamente inúteis", sem assumir diretamente a responsabilidade pela explosão.
Ele também pediu uma série de mudanças, incluindo o reforço dos poderes do Ministério do Interior para garantir a segurança na capital iraquiana.
O anúncio da renuncia de Ghabbane parece uma nova tentativa de diminuir o descontentamento da população. Desde domingo, o primeiro-ministro tem anunciado mudanças nas medidas de segurança, incluindo a retirada de detectores de explosivos, cuja eficácia foi questionada.
Nesta terça, os iraquianos continuavam em busca de vítimas em meio aos escombros no bairro de Karrada, enquanto o país declarou três dias de luto nacional.
Muitas famílias seguem sem notícias de seus parentes e apenas 150 corpos foram identificados por meio de análise de DNA.
*AFP