– Havia negros, brancos, latinos, de tudo. Era o protesto de uma comunidade mista. E (os tiros) vieram do nada. Ficamos com a impressão de que atiravam na nossa direção. Foi o caos total, uma coisa de loucos.
Foi assim que uma testemunha resumiu os momentos de pavor quando atiradores em prédios começaram a alvejar policiais em Dallas, na noite de quinta-feira. Uma mulher, identificada como Shetamia Taylor, que compareceu ao protesto com os quatro filhos, foi ferida em uma perna durante a manifestação. Outra mulher, que estava na mesma área da garagem de um suspeito entrincheirado – que acabou preso – foi detida, assim como outros dois suspeitos que tinham bolsas de camuflagem em seu carro.
– Infelizmente não temos a certeza de ter detido todos os suspeitos – disse o chefe de polícia, David Brown.
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Várias testemunhas publicaram vídeos e áudios sobre a situação, nos quais é possível observar e escutar as rajadas de tiros e as sirenes das viaturas policiais. Ismael DeJesus conseguiu fazer um vídeo no momento em que estava escondido no Crown Plaza Hotel durante o tiroteio. As imagens mostram um homem atirando em um policial.
– Pareceu uma execução, para falar honestamente. Ele parou sobre ele depois que (o policial) já estava no chão. Atirou talvez três ou quatro vezes nas costas – disse.
Outros vídeos exibidos por canais de televisão mostram um homem posicionado nas escadas de um edifício e com uma arma longa, atirando contra os agentes. Em uma área do hospital Parkland, policiais improvisaram uma homenagem aos policiais que morreram e ficaram feridos.Este é mesmo hospital para o qual o então presidente John Kennedy foi levado depois de ser atingido pelos tiros que provocaram sua morte em Dallas em 1963.
* AFP