A equipe de campanha da candidata democrata à presidência dos EUA, Hillary Clinton, condenou, nesta quarta-feira, o republicano Donald Trump por estimular a Rússia a espionar os e-mails da ex-secretária de Estado, ao considerar que trata-se de uma "questão de segurança nacional".
– Deve ser a primeira vez que um candidato à presidência efetivamente incita uma potência estrangeira a fazer espionagem contra seu adversário político – disse Jack Sullivan, assessor de Hillary na campanha eleitoral.
O caso, acrescentou Sullivan, "passou de um assunto curioso para uma questão política, uma questão de segurança nacional".
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Trump, que agora como candidato republicano poderá receber seu primeiro relatório reservado de inteligência, sugeriu, nesta quarta-feira, à Rússia que ajude a encontrar e-mails que foram apagados dos servidores que Hillary usou quando era secretária de Estado.
O FBI chegou neste mês à conclusão que Hillary e sua equipe foram "extremamente descuidados" no trato de material sigiloso em seus servidores privados de e-mail, mas não recomendou a apresentação de denúncias formais contra ela.
Para os republicanos, o desaparecimento desses e-mails é fortemente suspeito.
– Rússia, se estiver escutando isso, espero que seja capaz de encontrar os 30 mil e-mails que estão faltando – disse Trump em uma coletiva de imprensa.
A acusação de Trump de fomentar a espionagem por outro país ocorre em um momento em que as autoridades suspeitam que a Rússia tenha sido responsável pela invasão dos servidores de e-mail do Comitê Nacional do Partido Democrata, e a divulgação pública de 20 mil mensagens.
A equipe de Hillary acredita que a Rússia tenha passado esses e-mails para o WikiLeaks, que divulgaram na semana passada, para gerar uma crise entre Hillary e seu adversário na disputa interna do partido, o senador Bernie Sanders.
O escândalo com os e-mails do comitê democrata provocaram a renúncia da presidente do partido, a legisladora Debbie Wasserman Schultz, e inflamou as tensões internas na Convenção Nacional do partido na Filadélfia.
*AFP