O autor do atentado em Nice, o tunisiano Mohamed Lahouaiej Bouhlel, contou com o apoio de cúmplices, anunciou nesta quinta-feira, em Paris, o procurador encarregado da investigação, François Molins. Durante uma coletiva com a imprensa, o procurador afirmou que foram feitos avanços notáveis na investigação que envolve ao menos 400 agentes, e que eles descobriram que Bouhlel teria planejado seu ataque meses antes de realizá-lo.
O autor do ataque, que deixou 84 mortos, aparentemente, tinha planejado "vários meses antes" de 14 de julho, o dia do feriado nacional francês, disse em declarações à imprensa.
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As investigações "permitiram não só confirmar ainda mais a natureza premeditada da ação letal de Mohamed Lahouaiej Bouhlel, mas também estabelecer que este último beneficiou de apoio e cumplicidade na preparação e execução do ato criminoso", disse Molins.
Dois franco-tunisinos, um tunisiano, um albanês e uma franco-albanesa, com entre 21 e 42 anos, foram apresentados à justiça sob a acusação de conspiração terrorista e homicídios.
- Nenhum deles era fichado pelos serviços de inteligência - acrescentou Molins.
A partir da análise do celular do atacante, que revelou muitos contatos entre eles, os suspeitos foram presos, indicou o procurador, acrescentando que a ligação entre Lahouaiej Bouhlel e eles também pode ser estabelecida através dos elementos encontrados no caminhão e nas armas.
As impressões digitais de um dos suspeitos foram encontradas na porta do passageiro do caminhão de 19 toneladas, com o qual Mohamed Lahouaiej Bouhlel atropelou e matou 84 pessoas em 14 de julho de Nice, fazendo outros 350 feridos. O prognóstico de 15 deles permanece "comprometido", segundo Molins.
Lahouaiej Bouhlel parece ter planejado o ataque "vários meses antes", de acordo com o procurador.
Também foram encontradas novas imagens "reveladoras" no celular do assassino, incluindo uma imagem de um show na Promenade des Anglais e uma foto de um artigo sobre o "captagon", uma droga popular usada por jihadistas responsáveis por ataques terroristas.
* AFP