O atirador de Orlando, Omar Mateen, reivindicou ser um "soldado islâmico" e atuou com "espantosa calma" quando ligou para o número de emergência no auge do tiroteio que matou o maior número de pessoas na história recente dos Estados Unidos.
O FBI divulgou uma transcrição parcial de uma ligação telefônica que Mateen fez para a polícia em meio ao seu brutal ataque na madrugada do dia 12 de junho, na boate gay Pulse, em Orlando, Flórida, onde morreram 49 pessoas e 53 ficaram feridas.
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Durante a ligação, "o assassino fez declarações homicidas com espantosa calma, de forma deliberada", disse em coletiva de imprensa Ron Hopper, oficial do FBI. Mateen "se identificou como um soldado islâmico e jurou lealdade a uma organização terrorista", acrescentou.
As autoridades não divulgaram o áudio completo da ligação "por respeito às vítimas desta horrível tragédia" e, no texto que entregaram à imprensa, omitiram o nome do atirador e do grupo a que ele disse pertencer.
– Estou em Orlando e cometi o tiroteio – disse Mateen, de acordo com a transcrição.
As autoridades afirmam não ter, no momento, evidências de que as ações do homem de 29 anos tenham sido comandadas por um grupo terrorista. O chefe da polícia de Orlando, John Mina, disse na coletiva de imprensa que durante as três horas que o acontecimento durou, a polícia passou a considerar o ataque como "uma situação de atirador ativo" para "uma situação de homem armado com reféns".
A transcrição coloca em evidência que, quando a polícia entrou na boate Pulse minutos depois do ataque ter iniciado, Mateen se entrincheirou em um banheiro com um grupo de pessoas. De acordo com John Mina, durante as três horas não houve troca de disparos. O tiroteio reiniciou quando começou a operação de resgate de reféns e o atirador foi morto.
Durante esse intervalo, a equipe de negociação da polícia de Orlando manteve três conversas com o atirador. A polícia respondeu assim que as críticas surgiram nos últimos dias, segundo as quais eles teriam atuado com ineficácia por permitir este longo impasse, onde algumas pessoas feridas poderiam ter se salvado.
– Existe essa ideia equivocada de que não fizemos nada durante três horas e estou tratando de deixar claro que isto é absolutamente falso – disse Mina.
Na transcrição fornecida pelo FBI, assim como na coletiva de imprensa, o nome de Mateen, um americano de 29 anos de origem afegã, não é mencionado.
– Não vamos propagar a retórica da violência – disse Ron Hopper a respeito do assunto.