O suspeito preso após o assassinato da deputada Jo Cox é descrito pelos vizinhos como "um homem solitário e educado", mas teria supostas ligações com neonazistas e sofreria "distúrbios mentais".
A polícia confirmou que um homem de 52 anos estava sob custódia após o assassinato que ocorreu em Birstall, no norte da Inglaterra. Segundo a imprensa britânica, trata-se de Thomas Mair, que vive na pequena cidade de 16.000 habitantes há 40 anos.
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Outro vizinho, David Pickles, confirmou que o suspeito era "alguém solitário, mas não posso dizer que não era simpático", declarou a vários jornais.
Uma descrição que contrasta com o ataque selvagem sofrido pela Jo Cox. De acordo com testemunhas, o assassino atirou três vezes contra a jovem deputada antes de esfaqueá-la repetidamente enquanto estava caída no chão.
Seu irmão também expressou espanto. "Ainda não consigo acreditar. Meu irmão não era violento e nenhum pouco politizado. Ele tem um histórico de distúrbios mentais, mas procurou ajuda", declarou ao jornal Sun Scott Mair, apresentando suas condolências à família de Jo Cox.
O suspeito chegou até mesmo a mencionar seus problemas mentais durante uma entrevista em 2010 a um jornal local, o Huddersfield Examiner.
O jornal explicava que ele havia se tornado um voluntário no parque Oakwell Ball de Birstall depois de ter sido tratado no centro Pathways de cuidados para adultos com doença mental de Mirfield.
"Eu posso dizer honestamente que isso me fez mais bem do que toda a psicoterapia e medicamentos no mundo", disse na ocasião.
Mas Thomas Mair também mantinha ligações com um movimento neonazista. De acordo com o Southern Poverty Law Center, um grupo americano de defesa dos direitos civis, ele seria um "partidário ferrenho" da Aliança Nacional, um grupo neonazista com sede nos Estados Unidos.
Thomas Mair, que em uma foto aparece de jaqueta militar e boné branco, teria gasto mais de 600 dólares em doações a este grupo que pede a criação de um país habitado exclusivamente por brancos e pela erradicação do povo judeu.
O homem, que vivia sozinho há 20 anos, também contribuía para a revista sul-africana S.A. Patriot, que é publicada pelo grupo pró-apartheid White Rhino Club, de acordo com o Daily Telegraph.
Uma mensagem de 2006 foi publicada em um blog e atribuída a este grupo, cuja linha editorial da revista é apresentada como sendo contra o multiculturalismo.
Thomas Mair é apontado como um dos primeiros assinantes.
Segundo outros vizinhos, ele também ajudava a biblioteca em frente à qual matou a deputada.