Nesta quinta-feira, o primeiro dia da cúpula do G7 no Japão, Barack Obama enfatizou que a sua visita a Hiroshima, na sexta, buscará ilustrar os riscos das armas nucleares. Será a primeira ida de um presidente dos Estados Unidos à cidade devastada por uma bomba atômica americana em 1945.
Os líderes do G7 participam, nesta quinta-feira, de uma cúpula, cuja agenda inclui os desafios de um crescimento mundial lento, as reivindicações marítimas da China e a crise migratória. O encontro ocorre em Ise-Shima, uma pequena cidade costeira na região central do Japão
No entanto, a visita do presidente americano na sexta-feira a Hiroshima, onde 140 mil pessoas foram mortas na manhã do dia 6 de agosto de 1945, parecia ofuscar as discussões do G7.
– Quero enfatizar novamente os riscos reais que existem e o sentido de urgência que todos nós devemos ter – disse o chefe da Casa Branca durante uma coletiva de imprensa.
– O lançamento dessa bomba foi uma virada na história moderna. As armas nucleares não estão mais no primeiro plano como estiveram durante a Guerra Fria, mas a possibilidade de um "evento nuclear permanece em nossos pensamentos – ressaltou.
Obama acrescentou que a Coreia do Norte, que realizou em 6 de janeiro o seu quarto teste nuclear, apesar das resoluções da ONU, "é uma fonte viva de preocupação para todos nós".
Leia mais
Obama critica "ignorância" de Trump em assuntos internacionais
Obama prova sopa tradicional do Vietnã em jantar de US$ 6
Na Califórnia, Trump denuncia imigração ilegal nos Estados Unidos
Crescimento lento
A cúpula dos chefes de Estado ou de Governo dos Estados Unidos, França, Grã-Bretanha, Itália, Alemanha, Canadá e Japão acontece com pano de fundo o lento crescimento global.
Todos evocam o equilíbrio que deve ser encontrado entre a política monetária, política fiscal e reformas estruturais. O Japão, assim como a Itália, gostaria de ver mais gastos fiscais, uma visão que não é compartilhada pela Alemanha e Grã-Bretanha, o que levanta preocupações paralelas de seus pares com a aproximação do referendo sobre uma possível saída do Reino Unido da União Europeia.
As medidas de segurança foram reforçadas em todo o arquipélago. Milhares de policiais extras têm a missão de monitorar estações ferroviárias e terminais marítimos. Tóquio não quer correr nenhum risco depois dos ataques terroristas em Paris e Bruxelas nos últimos meses.
Terrorismo e crise migratória
O G7 discutirá também a luta contra o terrorismo e seu financiamento, uma das prioridades do presidente francês, François Hollande, após as ações reivindicadas pelo Estado Islâmico (EI). Assim, o G7 pavimentou, por iniciativa de Paris, discussões sobre "a preservação do patrimônio cultural contra a agressão terrorista" após a destruição dos tesouros de Timbuktu, do Museu de Mossul, das ruínas da cidade de Nimrud e dos templos de Palmyra.
Enquanto a Europa enfrenta a sua mais grave crise migratória desde a Segunda Guerra Mundial, a migração também estará incluída nas negociações por "iniciativa" da Alemanha. Em 2015, cerca de 1,3 milhão de migrantes pediram asilo na União Europeia, dos quais mais de um terço em Berlim.
O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, presente em Ise-Shima, chamou o G7 a "reconhecer que essa é uma crise global", apesar das razões geográficas que representam um pesado fardo sobre os ombros europeus.
– Pedimos o apoio (do G7), que deve se comprometer a aumentar a ajuda global para atender às necessidades imediatas e de longo prazo dos refugiados e dos países de acolhimento – comentou