O governo da Argentina denunciou nesta sexta-feira como "um novo ato de agressão colonial" os exercícios militares do Exército britânico nas Ilhas Malvinas, que têm sua soberania reivindicada por Buenos Aires.
Os exercícios militares programados para acontecer entre 14 e 27 de abril são "provocações e atos hostis contra a Argentina por parte de uma potência nuclear", declarou o chanceler argentino, Héctor Timerman.
O vice-chanceler argentino, Eduardo Zuain, convocou o embaixador britânico em Buenos Aires para entregar "uma nota de forte protesto contra esta nova demonstração de força em uma zona de paz", segundo declaração lida por Timerman.
As autoridades argentinas compararam os mísseis que serão lançados a partir das Ilhas Malvinas durante os exercícios com aqueles usados pelas forças britânicas no Afeganistão.
Em 2010, a Argentina já havia protestado contra exercícios militares britânicos nas águas territoriais do arquipélago das Malvinas.
De acordo com a declaração, nas Malvinas, onde a população é de 2,5 mil habitantes, há um militar para cada dois civis.
Na semana passada, a presidente argentina, Cristina Kirchner, denunciou a existência de uma base nuclear britânica nas ilhas, em ocasião do 32º aniversário da Guerra das Malvinas.
A Grã-Bretanha rejeitou as acusações como "totalmente falsas" e garantiu que a sua presença militar na área havia sido reduzida ao "mínimo necessário para defender as ilhas", localizadas a mais de 13 mil quilômetros de Londres.
A Argentina, derrotada militarmente pelo Reino Unido em 1982, ainda reivindica a soberania sobre estas ilhas localizadas a 500 km da sua costa e ocupadas pelos britânicos desde 1833.
A Guerra das Malvinas, declarada pelo governo da Argentina, provocou a morte de 649 argentinos e de 255 britânicos. A derrota da Argentina precipitou a queda da ditadura no país.