Os líderes da oposição ucraniana exigiram neste domingo uma mediação internacional nas negociações com o presidente Viktor Yanukovytch, "para evitar interpretações divergentes".
A questão foi abordada no sábado em Munique em uma reunião dos chefes da diplomacia americana, francesa e alemã com os líderes da oposição ucraniana, declarou um dos dirigentes dos protestos, o ex-boxeador Vitali Klitschko.
Durante a reunião, a oposição ucraniana também solicitou uma ajuda financeira aos países ocidentais, que estariam "dispostos a oferecê-la", segundo o líder opositor Arseni Yatseniuk.
- Afirmamos aos nossos sócios ocidentais que precisamos de ajuda financeira - destacou Yatseniuk - Nós somos o povo da Ucrânia. Nem um só kopek ao regime de Yanukovytch. Ele roubará tudo - completou durante um protesto em Kiev.
Diante de mais de 50 mil pessoas reunidas na capital ucraniana, Klitschko também exigiu a libertação incondicional dos manifestantes detidos durante os confrontos que marcaram a crise política que paralisa a Ucrânia há mais de dois meses.
O líder opositor pediu a retirada da lei de anistia aprovada na semana passada, pois o atual texto vincula a libertação das pessoas detidas à desocupação em um prazo de 15 dias dos prédios públicos ocupados pelos manifestantes.
Esta é a primeira manifestação importante em 10 dias, que tem como objetivo pressionar o presidente Viktor Yanukovytch.
Um dos primeiros discursos foi feito pelo ex-ministro do Interior do governo de Yulia Timochenko, Yuri Lutsenko, que denunciou a "nova tentativa de colonização" da Rússia.
Lutsenko pediu a criação de "unidades de autodefesa" em todo o país.
- Será a melhor garantia contra um derramamento de sangue - disse.
- Nada está terminado! Não perdemos nada, mas não ganhamos nada - completou.
Mais de dois meses depois do início, em 21 de novembro, da crise ucraniana - provocada pela recusa de Yanukovytch a assinar um acordo com a União Europeia e optar por uma aproximação com a Rússia -, a oposição tenta renovar o ânimo para manter a disposição.
De acordo com a presidência do país, Viktor Yanukovytch retornará na segunda-feira ao trabalho, depois de ter sofrido uma "infecção respiratória aguda".
"O presidente ucraniano está bem, seu estado de saúde é satisfatório. Viktor Yanukovytch tem intenção de voltar ao trabalho na segunda-feira", afirma um comunicado divulgado no site oficial da presidência.
O governo havia anunciado na quinta-feira, dois dias depois da renúncia de todo o gabinete, o problema de saúde do presidente ucraniano.