A presidente Dilma Rousseff foi de um mundo ao outro.
Após participar do Fórum Econômico Mundial na Suíça, Dilma viajou a Cuba, onde, no início da tarde desta segunda-feira, inaugurou o porto de Mariel, a 45 quilômetros de Havana.
Leia mais:
>>> Fidel reaparece em público para inauguração de exposição
>>> Importação de carros acelera reformas econômicas em Cuba
>>> Cuba anuncia privatização de serviços de táxi
Para a construção do porto, foram investidos US$ 957 milhões, sendo US$ 682 milhões financiados pelo Brasil, por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Mariel tem posição estratégica, de frente para a Flórida, no Estados Unidos. Quando estiver pronto, será o maior porto do Caribe, com 465,4 quilômetros quadrados de área. Desse total, parcela de mais da metade corresponde à Zona de Desenvolvimento Especial.
- O Brasil orgulha-se por se associar a Cuba nesse que é o primeiro porto terminal de contêineres do Caribe. Acreditamos que estimular essa parceira é aumentar o fluxo bilateral de comércio e o Brasil quer tornar-se parceiro econômico de primeira ordem para Cuba - disse Dilma.
Na mesma ocasião, Dilma classificou como injusto o bloqueio econômico imposto pelos EUA a Cuba desde os anos 60.
- Mesmo sendo submetido ao injusto bloqueio econômico, Cuba gera um dos três maiores volumes de comércio do Caribe - disse ela.
Para liberar o financiamento, o banco exigiu como contrapartida que pelo menos US$ 802 milhões fossem gastos no Brasil, na compra de bens e serviços nacionais. Os presidentes Evo Morales (Bolívia) e Nicolas Maduro (Venezuela), participaram da inauguração.
Durante a construção do porto, foram criados 150 mil empregos no Brasil, diretos e indiretos. Na inauguração, as gruas estavam enfeitadas com bandeiras do Brasil e de Cuba. O porto terá capacidade inicial de 1 milhão de contêineres por ano e quando estiver concluído serão 3 milhões.
Ao lado do presidente cubano, Raúl Castro, Dilma anunciou um crédito adicional de US$ 290 milhões (R$ 701 milhões) do BNDES para a zona econômica especial do porto de Mariel.
Mais médicos para o Brasil
Dilma aproveitou a cerimônia para agradecer o envio de profissionais para o Programa Mais Médicos. Desde o lançamento do programa, Cuba enviou 5,3 mil médicos para trabalhar nas periferias de grandes cidades e interior do Brasil. Mais 2 mil partiriam ainda ontem.
- A participação dos médicos cubanos é amplamente aprovada pelo povo brasileiro e é uma prova efetiva de solidariedade e cooperação que preside a relação entre os nossos países - disse a presidente.
Hoje, a presidenta participa da abertura da Cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac). O encontro marca a volta de Cuba aos organismos de integração regional e a retomada de laços diplomáticos da ilha com o México. O país foi suspenso da Organização dos Estados Americanos (OEA) em 1962, e agora ressurge como país anfitrião da cúpula, que vai reunir 33 chefes de Estado e de governo e que tem como tema a redução da pobreza e o combate às desigualdades regionais.