As Nações Unidas alertaram nesta segunda-feira para uma rápida escalada no número de mortos causados nas Filipinas pela passagem do supertufão Haiyan, com uma estimativa de 10 mil vítimas fatais só na cidade de Tacloban, a mais castigada pelo ciclone.
Segundo o diretor de operações humanitárias da ONU, John Ging, a organização está "esperando pelo pior" na contagem final de mortos. Ging disse também que 660 mil pessoas haviam deixado suas casas por causa do Haiyan. De acordo com ele, a ONU solicitará na terça-feira uma ajuda internacional significativa para as vítimas.
Leia mais:
>> Mundo se mobiliza para socorrer vítimas de tufão
>> Menina nasce em meio à destruição
>> Caçadores de tempestade relatam a tragédia
>> Especialistas alertam para ocorrência maior de ciclones violentos
A diretora dos serviços humanitários da ONU, Valerie Amos, que está a caminho das Filipinas, indicou em um comunicado que "autoridades locais calculam que cerca de 10 mil pessoas tenham morrido em uma única cidade". Sua porta-voz confirmou que ela se referia a Tacloban, cidade devastada pela tempestade.
- Muitos lugares estão cobertos de cadáveres. Certamente estamos esperando pelo pior. À medida que avançamos, constatamos a tragédia, com mais e mais pessoas mortas por esse tufão - disse Ging durante uma coletiva na sede da ONU, confirmando as estimativas.
Vídeo:
>> Imagens da destruição
Ging falou da luta para chegar a Tacloban e a outras áreas seriamente afetadas pelo supertufão, que provocou enormes ondas e os mais fortes vendavais registrados no último século nas Filipinas.
Ele contou que veículos de assistência levaram três horas para percorrer os 11 quilômetros que separam o aeroporto de Tacloban da cidade.
- Assim que conseguirem chegar a estas áreas, a prioridade absoluta das equipes de socorro é organizar o sepultamento dos corpos por questões de saúde pública - disse.
Ging acrescentou que há uma necessidade desesperada de água potável e comida para os sobreviventes.
Amos era aguardada em Manila, capital das Filipinas, para conduzir uma operação de socorro conjunta entre as Nações Unidas e grupos particulares.
As Nações Unidas já liberaram US$ 25 milhões de seu fundo emergencial de ajuda e Amos e o governo filipino lançarão na terça-feira um apelo relâmpago por contribuições que, segundo autoridades da ONU, provavelmente chegarão a centenas de milhões de dólares.
- A escala da devastação é enorme e, portanto, exigirá a mobilização de uma resposta maciça - disse Ging.
Ele elogiou a resposta do governo filipino à tragédia, considerando-a "muito impressionante".