Um Neandertal que viveu há mais de 120 mil anos tinha tumor nos ossos, sendo a primeira incidência conhecida da doença encontrada em registro fóssil humano, relata um novo estudo. O tumor ósseo, que foi descoberto na costela de um espécime de Neandertal encontrado na atual Croácia, foi relatado no periódico PLoS One.
- Normalmente, as costelas estão cheias de osso esponjoso, mas esta costela tem uma grande cavidade - disse David W. Frayer, antropólogo da Universidade de Kansas e um dos pesquisadores envolvidos no estudo.
Em função da costela que vem sendo estudada ser um espécime incompleto, não fica claro como o tumor afetou a saúde geral do indivíduo, disse Frayer.
O espécime foi escavado entre 1895 e 1905 próximo à Krapina. Em 1999, um radiologista suspeitou que pudesse ter havido um tumor na costela, mas não havia nenhuma evidência definitiva. Frayer e seus colegas usaram microtomografia computadorizada e raios-X para estudá-lo mais de perto.
Antes dessa descoberta, o mais antigo tumor ósseo conhecido foi encontrado em espécimes com cerca de mil a 4 mil anos de idade.
- Tumores em registros arqueológicos ou fósseis são extremamente raros - disse Frayer. - As pessoas não viviam tanto quanto vivemos hoje, e elas não eram expostas a substâncias cancerígenas como somos hoje.
- Isso mostra que eles eram suscetíveis a alguns dos mesmos tipos de tumor a que somos hoje, mesmo em um ambiente não poluído - disse ele.