O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, participou de uma reunião no Hospital Militar de Caracas com a equipe de governo, que se estendeu por mais de cinco horas, na tarde de sexta-feira, informou o vice-presidente do país, Nicolás Maduro. Segundo ele, Chávez se comunicou por escrito ao longo da reunião e discutiu temas econômicos, sociais e de segurança no país.
Na noite de sexta, Maduro fez um balanço da reunião aos meios de comunicação no país. Além do vice, estavam no encontro o presidente da Assembleia Nacional, Diosdado Cabello, o ministro de Energia e Petróleo, Rafael Ramírez, e outros integrantes do Executivo. De acordo com Maduro, Chávez participou de três reuniões.
- Estivemos juntos com ele por cinco horas e meia. Ele está com muita energia, ânimo, força e vitalidade - disse.
O vice-presidente relatou que a comunicação com Chávez foi feita por "distintas vias de entendimento", já que o presidente apresenta dificuldades para falar devido a uma cânula na traqueia. De acordo com Maduro, o presidente está recebendo tratamento, e a insuficiência respiratória está sendo tratada com intensidade.
- Ainda com a cânula na traqueia para apoiá-lo em sua respiração, Chávez se comunicou por distintas vias escritas, para nos dar as orientações, fazendo, como vocês sabem, um grande esforço, com ânimo extraordinário, com sorriso e olhos brilhantes e vibrantes - detalhou.
Na reunião, foram tomadas decisões seconômicas para garantir a continuidade das ações sociais, em especial as de habitação, segundo o governo. Chávez também deu instruções ao presidente da Assembleia Nacional, Diosdado Cabello, sobre a convenção deste sábado, que irá escolher os pré-candidatos do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) às eleições municipais.
Maduro contou ainda que, na reunião, Chávez estava acompanhado das filhas e dos netos. As especulações sobre a gravidade do estado de saúde do presidente aumentaram na sexta. Na noite de quinta-feira, o ministro de Comunicação e Informação, Ernesto Villegas, fez um pronunciamento em cadeia nacional de rádio e televisão, informando que a insuficiência respiratória de Chávez persiste, sem tendência favorável de melhora.
O movimento estudantil e a oposição venezuelana têm cobrado do governo informações sobre a capacidade de governar de Chávez, e ontem o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (OEA), José Miguel Insulza, expressou sua opinião sobre a situação política no país, que ainda não teve o juramento do presidente para o novo mandato. Segundo ele, a interpretação de adiar a posse devido ao tratamento em Cuba foi uma decisão acertada no momento em que foi tomada em janeiro.
_ Em termos políticos, isto (o adiamento) evitou um conflito que não era necessário. Mas o tema será resolvido e na próxima semana, já saberemos qual será a situação do presidente e se ele vai poder governar ou não _ declarou em uma conferência sobre a democracia na América do Sul, em Paris.
Insulza ressaltou que com o comentário não pretendia fazer nenhuma "ingerência em assuntos internos do país, nem opinar se Chávez deveria ou não deixar o poder".
Notícia
Chávez participa de reunião de cinco horas com equipe de governo
Presidente da Venezuela, apesar de dificuldades para se comunicar devido a uma cânula na traqueia, teria demonstrado "ânimo, força e vitalidade"
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