"Será espetacular", diz engenheiro naval sobre operação de desencalhe de navio italiano

Em uma operação que ainda não tem data para iniciar - e deve demorar semanas -, a retirada do navio de cerca de 290 metros de comprimento e 114 mil toneladas das proximidades da ilha de Giglio, onde naufragou, deve ser feita pelas empresas Smit&Salvage (holandesa) e Titan Salvage (americana). Na segunda-feira, foi descartada a possibilidade de cortar o navio.

Veja o passo a passo para retirar o navio encalhado próximo à Ilha de Giglio, na Itália:



O professor da Universidade de São Paulo e consultor do Instituto de Pesquisas Tecnológicas Toshi-ichi Tachibana explicou a ZH como deve ser o desencalhe:

ZH - Será possível aproveitar alguma parte do navio?

Toshi-ichi Tachibana - Sim. Porque o material mais caro está na parte superior. Como a embarcação está no raso, provavelmente é só levá-la para o estaleiro e refazer o fundo do casco.

ZH - Mesmo com parte do navio submerso?

Tachibana - Um superguindaste poderá levantar o navio. Empresas Da Holanda, Coreia do Sul e Japão têm esse equipamento e podem levantá-lo e colocá-lo em um suporte para levá-lo até o estaleiro. O estaleiro não vai cobrar muito barato para fazer um serviço desses, mas será mais barato do que fazer um navio novo.

ZH - Como será o desencalhe?

Tachibana - Vai ser uma operação espetacular. É semelhante a operações em plataformas de perfuração de petróleo. É uma manobra razoavelmente rotineira para a indústria naval.

ZH - O que o senhor acredita que aconteceu?

Tachibana - Na realidade, foi uma manobra errônea, não sei se por erro de interpretação dos instrumentos. Porque um navio como esse tem tantos instrumentos que não poderia acontecer uma coisa dessas. Esse tipo de coisa acontece de vez em quando no Rio Amazonas. Não é muito falado, mas as embarcações no Amazonas costumam bater em bancos de areia e virar.