A chuva que se iniciou no último final de semana e que segue atingindo parte do Estado é motivo de alerta. Há possibilidade de aumento no nível do Rio Taquari entre esta segunda (17) e terça-feira (18), segundo o professor Fernando Fan, do Instituto de Pesquisas Hidráulicas (IPH) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Ele ressalta que o Guaíba não deve atingir patamares similares aos de maio.
— As nossas previsões de chuva estão, em sua maioria, agora em cima da bacia do Taquari — afirmou o professor em entrevista ao programa Gaúcha Mais, da Rádio Gaúcha.
— Por enquanto, com as previsões que a gente tem, não acredito em cenário parecido com o de maio. Na verdade, me preocupa mais a situação do Taquari, ele ter um repique, do que a elevação do Guaíba no momento — completou
Segundo ele, o primeiro cenário previsto pelo IPH — e mais otimista — prevê chuva de cerca de 40 milímetros, que não vai causar pico maior do que o observado na madrugada de domingo (16). Outra possibilidade, mais pessimista, é de que o volume ultrapasse essa marca, podendo chegar a até 80 milímetros, e ocasione uma cheia maior do que a do final de semana.
O professor projeta que o Guaíba deve ficar próximo ao nível da cota de alerta, de 3m15cm, podendo ultrapassar um pouco esta marca. Segundo ele, não se observa as condições necessárias para uma nova grande inundação na Capital.
— Uma cheia extraordinária no Guaíba, igual a gente viu cerca de um mês e meio atrás, ocorre quando acontecem muitas chuvas nas cabeceiras do Rio Jacuí e, enquanto a água do Rio Jacuí está descendo, chove no Rio Taquari, que responde mais rápido: chove e logo dá uma cheia. Se a gente pega as águas sincronizadas, a do Jacuí chegando e a do Taquari junto, ocorre aquela subida rápida que a gente viu no Guaíba (em maio) — explica Fan, frisando que não há previsão que esse cenário se repita.
O volume esperado de água chegando ao Guaíba é de cerca de 2 mil metros cúbicos por segundo vindo do Jacuí e oito mil do Taquari. Os 10 mil metros cúbicos por segundo equivalem há cerca de um terço do observado em maio, diz o pesquisador. Ele ainda salienta que a água dos dois rios não deve chegar sincronizada, o que diminui as preocupações dos especialistas.