Diversas estruturas para apoio aos resgates foram montadas em Canoas, na Região Metropolitana, após a enchente que deixou mais de 98 mil pessoas fora de suas casas na cidade, conforme a atualização desta quarta-feira (15). No entanto, as ações de salvamento e apoio a quem ainda está ilhado só ocorrem por meio de barcos, e os voluntários relatam falta de embarcações.
No bairro Rio Branco, a água segue em elevação e toma conta das residências. Alguns moradores insistem em permanecer em locais mais altos, mas precisam receber mantimentos. Também há muitos animais que estão abrigados em telhados e necessitam ser alimentados.
Voluntários pedem ajuda
Na estação Niterói, da Trensurb, existe um QG com água, comida, remédios, ração e gasolina. Em cima de uma prancha de surf, a voluntária e bombeira civil Luisa Niederauer Lopes anota os endereços que precisam de ajuda com esperança de que algum barco chegue até o local para auxiliar.
— São endereços de pessoas que querem buscar itens que ainda não foram atingidos pela água, pedidos de resgates de quem agora quer sair de casa e também para que animais sejam alimentados — explica a voluntária, que também teve sua residência atingida.
Ainda segundo Luisa, a estrutura e a equipe de apoio correm risco de ser desmobilizadas pela falta de embarcações. Bombeiros civis de São Paulo também estão no local para ajudar, mas o auxílio acaba sendo restrito, já que a organização não tem barcos.
Os voluntários Cristiano Lima, Sandro Guedes Nery e Marcos Leite dividem uma embarcação própria para ajudar os moradores. A reportagem de GZH acompanhou algumas viagens dentro do bairro ao longo da manhã desta quarta e encontrou um morador que precisava de comida, água e velas. Em outro ponto, cachorros e gatos observavam a embarcação à espera de ração.
— Eu ainda não consegui acessar minha casa. Teria que mergulhar para abrir a porta. É muito triste o que estamos passando, mas ajudando vi muitas coisas bonitas e de amor ao próximo — conta Sandro, emocionado.
Cristiano, que não teve a casa afetada, conta que esteve à disposição para ajudar os moradores de Canoas desde o início da enchente.
— Pedimos o apoio de quem puder vir ajudar. Rio Branco (bairro) é muito grande, precisamos de mais barcos — reforça ele.