Há três meses, duas mulheres passam seus dias em uma unidade da rede de fast food McDonald's no Leblon, no Rio de Janeiro. A reportagem da rádio CBN acompanhou a rotina e conversou com elas. As duas, que disseram ser mãe e filha e se identificaram como Suzy e Bruna, afirmam que são gaúchas. Elas se recusaram a informar os sobrenomes ou a gravar entrevistas.
As mulheres disseram à reportagem que vivem no Rio de Janeiro há oito anos e que estão procurando apartamento para alugar no Leblon, mas pretendem pagar no máximo R$ 1,2 mil — o que, segundo a CBN, é impossível atualmente.
Embora estejam sem lugar para morar, elas têm dinheiro. Fazem refeições no próprio McDonald's e em estabelecimentos próximos, e pagam pelos alimentos. As duas têm celulares, carregam ao menos cinco malas e vestem roupas limpas.
A loja em que estão morando funciona 19 horas por dia, inclusive durante a madrugada — fecha às 5h e reabre às 10h. Quando as portas são fechadas, elas sentam na calçada e aguardam a reabertura.
Moradores e empresários do bairro, além da Polícia Militar e de uma equipe da Secretaria de Assistência Social do Rio, já teriam tentado ajudá-las, mas as duas recusaram. O proprietário da loja teria levado a situação a uma reunião entre franqueados da rede, ainda segundo apuração da CBN. Neste encontro, ele teria dito que se sente de mãos atadas, diante das recusas das mulheres à ajuda do poder público, e também do fato de que elas consomem na loja e pagam. A rede agora estaria avaliando uma forma de solucionar a situação.