O vento forte e o granizo que atingiram Santo Antônio da Patrulha, no Litoral Norte, na madrugada de domingo (12) causaram estragos. Na manhã desta segunda-feira (13), os moradores avaliavam os danos deixados pelo temporal.
Segundo levantamento da prefeitura, atualizado na tarde desta segunda, 106 casas ficaram destelhadas, sendo 30 delas com perda total do telhado. Seis residências tiveram danos além do telhado, como queda de parede.
Contabilizando desmoronamentos e estruturas afetadas, foram 110 edificações afetadas. O Executivo municipal afirma que 820 metros de lona foram distribuídos aos moradores. A administração, no entanto, não pretende decretar situação de emergência.
De sábado (11) para domingo (12), foram registrados vendavais e queda de granizo na região. Além disso, tanto a energia elétrica quanto o abastecimento de água foram afetados. Árvores de grande porte foram derrubadas. Seis viaturas do Corpo de Bombeiros e duas da Defesa Civil atendiam os moradores na manhã desta segunda.
Os distritos de Catanduvinha, Roça Grande, Serraria Velha, Morro Agudo, Monjolo e Evaristo foram os mais afetados pelo temporal.
Um dos moradores do bairro Serraria Velha, Edmilson Ramos da Silva, relata que parte do telhado de casa foi arrancado pelo vento. Ele não estava no momento e foi comunicado pela filha.
— Quando ela falou que tinha umas “goteirinhas” já imaginei que seria algo pior, né? Aí quando cheguei tava tudo arrancado. A ficha caiu — relata.
Os estragos não foram tão graves, no entanto. Apesar da chuva dentro de casa por algumas horas, Silva informa que a perda mais significativa foi de um armário.
"Casa tremia toda"
Aline Teresinha Ramos Marta, 40 anos, conta que percebeu que não seria uma ventania comum pouco depois da meia-noite:
— Foi muito rápido, a casa tremia toda. Tentei proteger alguns móveis e depois me tranquei no banheiro, que é mais forte, até passar tudo — conta ela.
O quarto da filha, cujo telhado restou intacto, serviu como depósito para os móveis.
Sem aulas
Três escolas de Santo Antônio da Patrulha registraram estragos. A Escola Municipal de Ensino Fundamental José Inácio Machado Ramos foi a mais atingida e precisou suspender as aulas.
— Os materiais para conserto devem chegar entre hoje (segunda) e amanhã. Também estamos mobilizando alguns amigos para auxiliar o pessoal da Secretaria da Educação e podermos recomeçar o mais rápido possível — explica a diretora Maiana Rodrigues.
A instituição conta com 26 servidores e atende 192 alunos de várias partes da cidade. Alguns chegaram a se deslocar para a escola, mas foram informados do que havia acontecido.
Com o destelhamento, cinco das oito salas foram atingidas. A reportagem de GZH entrou em cada uma delas, confira abaixo alguns registros.
Em alguns espaços, parte dos materiais permaneceu intacta. Mas televisões, computadores, impressoras e nem mesmo móveis da sala dos professores — adquiridos há uma semana — escaparam da água da chuva.
A expectativa é de que as aulas sejam retomadas até quinta-feira (16), após reparo da estrutura danificada.
— É bem frustrante pra gente, que batalha o ano inteiro pra conquistar tudo em prol da educação, para os alunos, e encontrar tudo como a gente encontrou aqui. Mas dos males o menor, foi num fim de semana, não tinha ninguém, não teve nenhum aluno, servidor ou professor atingido — comenta a diretora.
A Escola Municipal Manoel Machado dos Santos ficou com duas salas alagadas.
— O telhado na parte de trás da escola caiu. A chuva passou pelo forro. Mantivemos as atividades em outra sala, mas a maioria dos pais preferiu não mandar as crianças hoje (segunda) — disse a diretora, professora Simone Ramos Ribeiro.