A Marinha do Brasil e a Defesa Civil alertam, nesta quinta-feira (13), para a possibilidade de mar com forte ressaca, além de riscos para a navegação no Litoral Norte em razão do ciclone extratropical que atinge o RS.
Em Tramandaí, não havia ninguém na faixa de areia nesta quinta-feira. As ondas estouravam com cerca de quatro metros de altura contra a estrutura da plataforma de pesca.
Na guarita 157, a ressaca era visível por volta das 15h. A chuva estava forte e gelada. Também havia vento intenso à beira-mar. Chegaram a ser registrados ventos de até 140 km/h no litoral gaúcho.
— A orientação é para que a comunidade fique em suas residências. Se precisar sair, cuidado ao andar nas ruas alagadas, porque as tampas dos bueiros podem ter sido removidas pela chuva; os fios caídos podem estar energizados, não ficar perto de árvores e placas de propaganda, não trabalhar em andaimes e, principalmente os pescadores, evitar a pesca em canoas nas águas interiores — recomenda Claudiomir da Silva Pedro, responsável pela Defesa Civil de Tramandaí.
O secretário de Segurança Pública e Trânsito e coordenador da Defesa Civil de Imbé, Vinícius Rebechi, disse que as embarcações não deverão ir para o mar.
— A Marinha já recomendou para as embarcações de nosso município não saírem para o mar — menciona.
O tenente-coronel Rodrigo Canci Pierosan, comandante do 9º Batalhão de Bombeiros, compartilha o que se espera do cenário:
— Caso se confirmem os ventos previstos de sul, deverão aumentar muito a força e a altura das ondas, gerando ressaca. O vento do ciclone soprou do continente para o mar com força, mas a previsão é de que mude para Sul.
Na Barra de Imbé, o Rio Tramandaí está com volume elevado. Pescadores tentavam a sorte, apesar do vento forte e da chuva incessante. A água chegava a tapar alguns degraus do espaço onde eles estavam posicionados.
— Sempre dá peixe quando enche — garante o pedreiro Luis Carlos, 65 anos, que já tinha pescado uma tainha.
O morador de Imbé Paulo Monteiro, 68 anos, afirma que é mais fácil pescar em ocasiões assim. E comenta sobre os problemas deixados pelo ciclone.
— Moro no bairro Presidente e tivemos falta de luz — cita.
Alguns pontos comerciais das cidades estavam fechados em decorrência da falta de luz.
O alerta da Marinha relacionado à costa do RS vale para a extensão do Chuí até Laguna, em Santa Catarina.