Possibilitar que o aprendizado dos alunos fosse além das tradicionais salas de aula e criar um espaço onde pudessem explorar seu próprio processo educativo. Este ideal norteou a comunidade que integra a Escola Municipal de Ensino Fundamental Francisco Frömming, de São Lourenço do Sul, na busca por construir seu tão sonhado laboratório de Ciências. Após uma longa campanha, que foi desde a arrecadação e venda de tampinhas plásticas até a procura por patrocinadores, a construção finalmente foi concluída.
Em julho de 2019, o Diário Gaúcho narrou os esforços dos professores, pais, alunos e voluntários da escola. A técnica em telecomunicações Sabrina Silva, 40 anos, conta que o impulso para iniciarem o projeto surgiu em uma conversa informal entre os professores, durante as férias escolares.
Formada em História, Sabrina não exerceu o ofício formal de ensinar. Apesar disso, não quis se afastar totalmente do ambiente educacional e, por isso, se tornou voluntária da escola. Ela foi a responsável por entrar em contato com empresas para buscar parceiros para o projeto.
– Empresas doaram cimento, materiais de construção, tinta. Foram várias frentes para arrecadar os valores e fazer a compra dos materiais. Toda comunidade escolar colaborou.
Cooperação
Sabrina explica que, após a publicação da matéria no Diário, aumentaram as doações recebidas. Quando enviava pedidos de ajuda às empresas, também incluía na mensagem o link da reportagem. Isso deu maior credibilidade à ação e colaborou para que conseguissem apoio até mesmo em outros municípios do Estado.
Fundamental para a construção do laboratório foi, também, a participação dos moradores de São Lourenço do Sul. Cátia Cilene Ribeiro, 51 anos, é a atual diretora da escola. Ela comenta que a mobilização dos alunos e de seus familiares foi constante, e ganhou ainda mais força quando saiu a matéria no DG. A comunidade participou da organização de rifas, festas e cafés coloniais, promovidos para arrecadar fundos para o laboratório.
– No momento que lançamos o projeto, os pais abraçaram. Quando a escola tem um objetivo, os pais abraçam e seguem juntos até o fim – completa Cátia.
“A educação é libertadora”
O novo espaço da escola fica em cima do refeitório. Nele, tudo é novo. Está equipado com toda vidraçaria necessária para a realização dos experimentos, além de um microscópio com câmera para reproduzir a imagem em computador, estufa de esterilização e secagem e projetor multimídia.
A obra foi concluída na metade de 2020. O passo seguinte foi a organização do mobiliário. Devido à pandemia, o laboratório ainda aguarda o momento de ser utilizado, e as expectativas nele são altas.
Cátia, que é das áreas de Biologia e Matemática, celebra a possibilidade de os alunos terem autonomia e participação ativa em seu processo educativo:
– Queremos alunos pesquisadores. A educação é libertadora, e nós queremos que eles sejam o centro do aprendizado e do conhecimento.
Produção: Émerson Santos