O Ministério da Saúde decidiu retirar a população privada de liberdade da lista de grupos prioritários para vacinação contra a covid-19, mas mantendo no grupo os agentes de segurança do sistema prisional. A ideia foi apresentada pela pasta em reunião técnica com representantes de Estados e municípios.
A justificativa defendida por auxiliares do ministro Eduardo Pazuello é que esse público seria constituído principalmente por jovens. A informação foi publicada pelo jornal O Globo e confirmada pelo Estadão.
Em esboço que preparou para um plano nacional de imunização, divulgado na semana passada, o Ministério da Saúde prevê começar a vacinar a população em março. Idosos com 75 anos ou mais, profissionais de saúde e indígenas serão os primeiros a receber as doses, segundo o que foi anunciado.
A população carcerária, de acordo com a previsão, passa a integrar a quarta fase do plano nacional, ao lado de professores, forças de segurança e salvamento e funcionários do sistema prisional. Ao todo, o ministério espera imunizar 109,5 milhões de pessoas ao longo de 2021, em duas doses.
Meio milhão
Em documento do ministério obtido pelo Estadão, a Saúde estimava o total de presos que poderiam receber a vacina em cerca de 500 mil.
Em nota, o ministério afirma que o plano de imunização ainda pode passar por alterações. Especialistas admitem que faltam ainda estudos mais seguros sobre o tema. É preciso que se tenha "uma avaliação segura da taxa de transmissibilidade e de letalidade para que se justifique a priorização do grupo daqueles privados de liberdade", disse uma fonte do ministério.