O Circo Fantástico, que está em Santa Maria desde fevereiro, encerrou as atividades na cidade. O grupo iria para outro município ainda no fim de março, o que não foi possível por conta das medidas de isolamento tomadas devido à pandemia.
Conforme o gerente do circo, Mário Júnior, a equipe chegou a fazer apresentações por live, com transmissão nas redes sociais e, desde maio, fazia espetáculos drive-in, em que as atrações eram feitas para o público dentro de seus carros, que ficavam estacionados no lugar das arquibancadas.
— No primeiro mês, lotou. Com o tempo, a gente foi mudando o espetáculo, para atrair espectadores, mas não tem como mudar tudo, e o público vai caindo. Não é previsto que um circo fique tanto tempo na mesma cidade. A gente costuma ficar um mês.
De acordo com o gerente, a busca agora é por conseguir a liberação, por parte do governo do Estado, para que as apresentações do circo sejam permitidas novamente. A Associação Brasileira de Promotores de Eventos, a Abrape, já elaborou um plano de retomada das atividades circenses.
No documento, se fala em distanciamento entre o público, apresentações com, no máximo, 50% da plateia, venda de ingressos online e com antecipação, para evitar filas, e tíquetes com validação eletrônica, para evitar qualquer contato entre os profissionais e os clientes. Além disso, a proposta trata de uso obrigatório de máscaras, aferição de temperatura na entrada do espetáculo e álcool em gel em todo o espaço. A ideia é de fazer espetáculos mais curtos, sem intervalos, para evitar aglomerações no banheiro e filas para compra de comidas e bebidas.
Questionado sobre a possibilidade de ir para outros Estados, onde a atividade está permitida, Mário explica que não vale a pena, para a trupe, sair do Rio Grande do Sul neste momento.
— Nós acabamos de chegar no Estado, e não vínhamos pra cá desde 2012, então temos chance de ter bom público aqui. Além disso, por exemplo, em São Paulo, onde já foi liberada a atividade circense, já há muitos circos buscando lugar para se instalar. Aí além do custo para viajarmos, cerca de R$ 70 mil, a concorrência lá seria muito grande agora.
Sem as apresentações, o grupo está vendendo o que tem para se manter. O shopping Praça Nova, onde estão desde o início do ano, liberou a estadia do grupo. Conforme Mário, além da venda de bolas, maçãs do amor e outros produtos, uma caminhoneta também já foi comercializada. Os valores são usados para comprar alimentos e bancar a equipe.
Mário espera que o governo do Estado avalie a possibilidade e libere, dentro das possibilidades, a retomada das apresentações.