Os gaúchos comprovaram que, mesmo em época de pandemia, a tradição do consumo de pescados na Sexta-Feira Santa está mantida. Desde as 5h desta quinta-feira (9), o Mercado Público da Capital registrou grandes filas, aglomeração que contornou o prédio histórico. Ao menos 50 pessoas aguardavam a abertura dos portões, às 7h30min.
- Vim garantir o peixinho, é tradição - afirma o taxista Gerson Silva Rodrigues, 51 anos, morador do bairro Camaquã, um dos primeiros da fila.
Parte do público ficou de fora da primeira leva de clientes que ingressou no mercado, pois o número de pessoas que podem circular no espaço é controlado. Mesmo assim, a maior parte dos clientes - muitos sem máscara de proteção facial - acessaram o saguão sem manter a distância segura.
Os estacionamentos no entorno ficaram lotados, com alguns veículos parados em fila dupla.
O movimento da Semana Santa recuperou o prejuízo esperado devido às restrições impostas para combater a disseminação do coronavírus, segundo o distribuidor Carlos Ferreira da Silva, que diariamente viaja de Rio Grande, no Sul do Estado, a Porto Alegre.
- Faltou peixe até, porque alguns pescadores não esperavam movimento e não saíram.
O vendedor afirma que até amanhã deve fechar a comercialização da Semana Santa com 60 toneladas comercializadas.
Feiras de rua hoje e amanhã
Na tentativa de diminuir a concentração de pessoas, três pequenas feiras foram instaladas na cidade. Elas funcionarão hoje até as 21h e, na sexta-feira, das 8h às 13h.
No Largo Glênio Peres, ao lado do Mercado Público, duas tendas foram montadas, com variedade de pescados vendidos sem fila às 8h
- A gente sempre vende bem na feira, mesmo com poucas pessoas na rua - estima o atendente Roberto da Silva, 70 anos.
Na Vila Nova, a feira foi montada na Rua Atílio Superti, 1.345. O atendimento iniciou por volta das 7h45min, sem filas. Nos primeiros 15 minutos apenas uma pessoa havia feito compras no local.
Na Restinga a venda em praça pública ocorre na Estrada João Antonio da Silveira.