As buscas ao estudante Andrei Franchini, 19 anos, foram retomadas nesta sexta-feira (8) com reforço de efetivo. O jovem está desaparecido desde a noite de quarta (6), quando o barco em que estava com outras 13 pessoas virou no Rio Uruguai, em Barra do Guarita, no noroeste do Estado.
A equipe de busca conta com 25 agentes, incluindo bombeiros voluntários e militares do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, além de integrantes da Marinha.
Após o fechamento das comportas da usina hidrelétrica Foz do Chapecó, que fica na região, o nível da água diminuiu mais de dois metros. A maior dificuldade segue sendo a correnteza do rio — pertences dos estudantes foram encontrados a cerca de 50 quilômetros do local do acidente.
A equipe conta com seis embarcações, mergulhadores e um helicóptero. O limite de ação por água e por terra também foi ampliado e agora o trabalho ocorre numa área de até 20 quilômetros.
A Marinha instaurou procedimento administrativo, e a Polícia Civil investiga o caso. As principais questões que o delegado Marion Volino busca são habilitação do barqueiro, se ele tinha condições para condução e o motivo pelo qual os tripulantes não estavam utilizando coletes salva-vidas.
Resgate
A maioria dos ocupantes do barco era estudante de Agronomia no campus de Itapiranga (SC) da Unidade Central de Educação Faem Faculdade (UCEFF) e voltava para casa, no Rio Grande do Sul. Todos são moradores de Tenente Portela, Miraguaí, Três Passos e Vista Gaúcha — esta última é a cidade do jovem desaparecido.
A UCEFF está de luto e cancelou as aulas na quinta e nesta sexta-feira.
O estudante de Engenharia Civil Fabrício Boll, de Três Passos, é um dos sobreviventes e contou que, ao sair debaixo do barco virado, teve a sorte de encontrar o irmão que estava com um colete salva-vidas. Segundo o jovem, o barco Santos II estava com capacidade acima do normal e as pessoas que estavam na parte da frente estavam se molhando com as ondas durante a travessia.
Todos foram para a parte traseira no momento em que a embarcação afundou e virou. Pouco antes, Boll diz que entrou em desespero e tentou puxar o colete, mas estava trancado. Segundo ele, estava escuro no momento e apenas conseguiu ver o irmão puxando um destes equipamentos até perceber que estava em uma bolsa de ar embaixo do barco virado.
—Achei que era minha hora, passou um filme na minha cabeça, mas consegui mergulhar e ir para a superfície e tive a sorte de sair ao lado do meu irmão, que estava com o colete salva-vidas, e me segurou. Ele ajudou um outro rapaz com outro colete e nós nos agarramos em um tapete que se desprendeu do barco e estava boiando no rio — lembrou Boll.