Subiu para dois o número de mortos no desabamento de um prédio em Fortaleza (CE). A informação foi confirmada na manhã desta quarta-feira (16) pelo Corpo de Bombeiros do Ceará. Segundo a instituição, até o momento, nove pessoas foram resgatadas com vida e outras nove estão desaparecidas.
O segundo corpo encontrado é de uma mulher. Os bombeiros ainda não têm detalhes a respeito da vítima.
Na noite de terça (15), os bombeiros confirmaram a primeira morte após uma confusão de versões sobre o número de vítimas. O corpo de Frederick Santana dos Santos, 30 anos, foi resgatado dos escombros. Ele trabalhava como entregador de água e estava no mercado vizinho que foi atingido com a queda do prédio.
O edifício Andrea tinha dois apartamentos por andar e um na cobertura, 13 no total. Era antigo e grande e, segundo vizinhos, moradia de muitos idosos. No momento do desabamento, barulho e fumaça chamaram a atenção da vizinhança toda.
— A avenida aqui é muito movimentada, tem muita batida de carro. Mas o barulho era diferente. Quando vimos tinha muita fumaça e entendemos que o prédio tinha caído — disse Edilmara Santos, que trabalha numa lavanderia próxima.
O edifício não tinha porteiro, apenas um zelador que poderia ser acionado em caso de problemas. Havia segurança inteligente, contratada de uma empresa. Relatos dão conta de que uma obra estrutural estava sendo feita em pilares do prédio — será investigado se é essa a causa do desabamento.
Além disso, moradores dividiam o apartamento grande, de cerca de 140 metros quadrados cada, em dois, principalmente para alugar. Um deles com essa modificação, no primeiro andar, estava sendo oferecido para aluguel há cerca de um ano por R$ 1 mil mensais.
Buscas
Segundo o coronel Luís Eduardo Soares de Holanda, comandante-geral do Corpo de Bombeiros, as equipes de buscas continuam nos locais em que cães farejadores indicaram como sendo pontos em que há vítimas.
Nesta quarta, o dia registra chuva leve na capital cearense. De acordo com o coronel, isso não atrapalha nas ações de busca.
— A gente só para a operação quando todas as vítimas forem resgatadas.
Nesse momento, as equipes de resgate atuam utilizando equipamentos de baixa impacto. O comandante-geral diz que o uso de maquinário pesado poderia levar instabilidade ao local.
— E, consequentemente, diminuir a possibilidade de a gente resgatar as pessoas — pontuou o coronel Holanda.