O prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, disse nesta terça-feira (9) que falta dinheiro para investir na redução de efeitos de temporais na cidade. Afirmou que a prefeitura não tem recursos para, por exemplo, realocar pessoas que moram em áreas de risco para locais seguros ou para construir novos reservatórios subterrâneos (piscinões) que sirvam para escoar água das enchentes.
— Temos milhares de famílias morando em área de risco. Temos 750 mil bueiros que precisam ser limpos constantemente. Agora, os recursos para isso são pequenos. Dependemos de parcerias com o governo federal. A cidade do Rio de Janeiro contribui para o governo federal com R$ 160 bilhões por ano com impostos. E só recebemos de lá para cá, com muita dificuldade, R$ 5 bilhões — disse o prefeito.
Segundo ele, nos últimos três meses, a prefeitura não conseguiu, por exemplo, assinar nenhum novo contrato para construção de novas moradias do programa Minha Casa, Minha Vida, ou para o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) das encostas.
Crivella também reclamou dos altos juros de empréstimos do governo federal para a cidade. Segundo ele, é preciso rever o pacto federativo e dar mais autonomia para que as cidades possam obter seus recursos.
Entre a noite de ontem e a manhã de hoje, três pessoas morreram. Na Zona Sul, um homem supostamente morreu afogado, que se encontrava preso debaixo de um carro. Outras duas mulheres morreram soterradas em um deslizamento de terra no Morro da Babilônia, também na zona sul da cidade.
Morro da Babilônia
Duas pessoas morreram e uma está desaparecida por causa de desabamentos no Morro da Babilônia, no Leme, zona sul da cidade,em razão das chuvas que atingiram o Rio nas últimas horas.
Apesar disso, a sirene de alerta de deslizamentos do morro não soou, porque, segundo Crivella, o equipamento só é acionado com 45 milímetros de chuva por hora. E, no morro, choveu menos do que isso (39 mm).
O prefeito disse que, por causa disso, vai estudar rever mais uma vez os protocolos de acionamento das sirenes. Em fevereiro, quando as chuvas mataram sete pessoas, a prefeitura já tinha revisto o protocolo, ao reduzir de 55 mm para 45 mm o limite mínimo para que o equipamento alerte a população pessoas.