SÃO PAULO, SP(FOLHAPRESS) Adilma Ramos Rodrigues, 35, é a 24ª vítima do desabamento em Muzema. A mulher veio a óbito dez dias após o acidente, no hospital Unimed-Rio, na tarde desta segunda-feira (22). Ela deixa a filha Clara, 9, que sobreviveu à queda dos prédios.
A morte foi confirmada em boletim médico do hospital, que fica na Barra da Tijuca. O óbito ocorreu após Adilma sofrer uma síndrome de desconforto respiratório e hipoxemia refratária, disseram os médicos.
O marido de Adilma, Claudio Rodrigues, 40, morreu na tragédia, ocorrida no último dia 12, quando dois prédios ruíram no condomínio Figueiras de Itanhangá, na zona oeste do Rio de Janeiro.
Com a morte do casal, a menina Clara, 9, ficou órfã. Ela foi retirada com vida dos escombros e teve apenas ferimentos leves. O cachorro da família, Romeu, também sobreviveu.
Eles haviam se mudado para um apartamento na Muzema apenas uma semana antes do acidente. Claudio, que era pastor, havia dado o carro como entrada e planejava pagar parcelas de R$ 3.000 para quitar o imóvel.
No momento do desabamento, o pastor escutou um forte estalo e caiu abraçando a filha, para protegê-la com seu corpo, segundo relatos no dia do acidente.
Ele era presidente da Assembleia de Deus de Missões em Muzema e vice-presidente da associação de moradores da comunidade.
Ex-jogador de futebol com carreira na Europa, Claudio largou tudo quando Clarinha nasceu. Achava que sua missão na vida era ser pastor, contou seu sobrinho, Bruno Rodrigues, à Folha.
A tragédia em Muzema deixou ainda sete feridos --dois deles continuam em hospitais do Rio.
Os edifícios no condomínio Figueiras de Itanhangá eram considerados irregulares, e 16 tiveram ordem de interdição e serão demolidos, informou a prefeitura.
A região onde aconteceu a tragédia é dominada por milícias. Os milicianos atuam com grilagem de terras em Rio das Pedras e na comunidade de Muzema.