A direção do Hospital Santa Casa de Rio Grande confirmou, na manhã de quarta-feira (21), a terceirização das suas atividades. Em uma entrevista coletiva realizada na sede da instituição, foram apresentados detalhes do contrato, com duração de 20 anos.
O contrato com a Organização Social Viva Mais, que já administra 11 hospitais no país, foi assinado no dia 8 de novembro. A crise financeira pela qual atravessa a Santa Casa foi o principal motivo para a direção buscar alternativas que pudessem solucionar os problemas enfrentados e evitar o fechamento do complexo – que atende cerca de 22 municípios da Região Sul.
O empresário Ruy Adriano Borges Muniz apresentou os detalhes do acordo durante a entrevista. Segundo ele, o início dos trabalhos do grupo está previsto para 15 de dezembro.
A Santa Casa receberá R$ 500 mil mensais durante o período de contrato, valor que será destinado principalmente para o pagamento de dívidas com funcionários, que não recebem há três meses – segundo a atual administração, devido à falta de repasses mensais por parte do governo do Estado. A partir do início da nova gestão, todas as receitas e despesas serão assumidas pela Viva Mais.
— Não temos como iniciar a operação com os salários atrasados, então ficou acordado em contrato que, no dia em que iniciarmos aqui, faremos o pagamento de uma folha salarial, que hoje está em R$ 3 milhões. Daí 30 dias depois pagaremos outra folha, a partir do segundo mês poderemos pagar em torno de uma folha e meia ou duas folhas. Então faço a previsão de que quem estará na operação nova da Santa Casa receberá os meses atrasados em no máximo 120 dias — relatou Muniz.
Segundo ele, a Santa Casa conta com déficit de 30% por mês, algo em torno de R$ 2 milhões. O novo orçamento do hospital está sendo elaborado prevendo a ampliação de serviços. Também deverão ocorrer reformas na estrutura do prédio e troca de equipamentos.
Processos na Justiça
Ruy Muniz já foi preso duas vezes, responde a processos na Justiça e, ao ser questionado sobre esses fatos, negou as acusações, alegando inocência. Em 2016, ele era prefeito de Montes Claros (MG) e foi preso preventivamente pela Polícia Federal, em Brasília (DF). Ruy era suspeito de prejudicar o funcionamento de hospitais públicos da cidade para favorecer um hospital privado, que é gerido pela sua família.