A remoção de uma árvore histórica no início do caldação da Rua Júlio de Castilhos, em Farroupilha, provocou questionamentos sobre o que motivou a mudança na paisagem. A prefeitura trabalha na revitalização desta área central, mas diz que o exemplar da espécie nativa timbaúva não foi retirado por conta do projeto, e sim porque a planta já estaria condenada e colocaria em risco os pedestres. A derrubada da árvore provoca mobilização na cidade.
A Associação Farroupilhense de Proteção ao Ambiente Natural (Afapan) cobra mais explicações sobre a forma como foi decidida a remoção da planta. A entidade solicita ao Executivo, Conselho Municipal do Meio Ambiente (Conplam) e Ministério Público documentos que embasem o corte.
— Não é bem assim cortar uma árvore histórica sem nenhuma discussão. Qual o papel dela para a cidade? Não podia ser tratada? Não havia nenhuma chance de rebrotar? Em Farroupilha, é muito comum cortar fora quando se tem algum problema. Se querem revitalizar o Centro, por que então não enterram a fiação para evitar ações como a radicalização com poda? — questiona a vice-presidente da Afapan, Tânia Bertholdo.
A prefeitura afirmou que cortes radicais promovidos pela companhia de energia elétrica contribuíram para a degradação do exemplar nativo. Segundo o secretário do Meio Ambiente, Miguel Angelo Silveira de Souza, os fios de alta tensão passavam em meio à árvore e a análise da espécie que será plantada no local vai levar em conta tal situação. Até por isso, ele considera que a tendência é de que não seja uma timbaúva pelo tamanho que atinge e o local onde haverá o replantio será diferente.
Para se ter uma ideia, a copa da árvore removida invadia duas ruas. O titular do Meio Ambiente explica que, embora não estivesse no projeto inicial de revitalização a remoção da planta, a decisão de retirá-la foi tomada na última semana para aproveitar a movimentação de obras no local.
— Com isso, também haverá a possibilidade de alargamento da rua — adianta o secretário.
Souza disse que avaliação de técnicos da Secretaria apontou que 90% da árvore estava morta e, por isso, ela não deveria ser transferida ou tratada.
— Como toda a vida tem seu ciclo, a árvore também. Nós apenas abreviamos em muito pouco a morte total dela — afirmou.
Segundo o secretário, há outras árvores mais antigas no calçadão da Júlio que estão comprometidas com pragas e deverão ser avaliadas.