A Polícia Rodoviária Federal (PRF) realiza em Porto Alegre, nesta terça-feira (17), uma audiência pública para buscar contribuições para a elaboração de um plano que pretende reduzir o número de mortes no trânsito em rodovias federais no Brasil.
Batizado de Plano Nacional de Redução de Mortes e Lesões no Trânsito (PNATRANS), a iniciativa tem como meta reduzir pela metade, no mínimo, o índice nacional de mortos por grupo de veículos e o índice nacional de mortos por grupo de habitantes em um período de 10 anos, com base nos dados estatísticos de 2018 – ano em que a lei que cria o PNATRANS entrou em vigor.
Em entrevista ao Gaúcha +, na Rádio Gaúcha, o superintendente da PRF no Estado, João Francisco Ribeiro de Oliveira, explica que o número de mortes no trânsito vem caindo ao longo dos anos, mas ainda são altos e, segundo ele, promovem uma "carnificina" nas rodovias.
— As condutas que mais matam são excesso de velocidade, embriaguez ao volante, ultrapassagens indevidas e falta de uso de equipamentos, como capacete e cinto de segurança. (...) A questão de trânsito deveria estar inserida no currículo escolar. (...) A fiscalização e a certeza de punição mudam comportamento. Aqui em Porto Alegre, a maioria passou a usar cinto de segurança porque a multa ficou rigorosa. E aí virou hábito — disse.
Segundo dados do Detran-RS, 1.741 pessoas morreram no trânsito do Estado em 2017. Do total, 60% dos casos ocorreram em rodovias do Rio Grande do Sul – 32% em estaduais e 28% em federais.
Na audiência pública, haverá a apresentação do plano da PRF para a redução das mortes e lesões no trânsito, além de duas mesas de debates com autoridades das áreas de fiscalização, Justiça, infraestrutura, saúde e educação.
O público que for ao encontro também poderá se manifestar ao final de cada debate, conforme as regras do evento. As ideias propostas serão levadas em consideração pelas autoridades para a construção do plano de metas.
— A estatísticas baixaram em casos da mistura de álcool e direção. Mas aí entra o ponto de vista social: a fiscalização da própria sociedade, dentro das famílias. Nas Baladas Seguras, é importante que os órgãos se combinem e as equipes estejam reforçadas — disse o superintendente.
Sobre o efetivo da PRF no Estado, Oliveira disse que, atualmente, 730 policiais rodoviários trabalham no Rio Grande do Sul fazendo a fiscalização de trânsito e o combate ao crime.
— O efetivo ideal seria o dobro. Mas não vou fazer discurso da fome. Fazemos o melhor com o que temos — ressaltou o superintendente.
A audiência pública será realizada na manhã desta terça, às 8h30min, no Teatro Dante Barone, na Assembleia Legislativa.