CORREÇÃO: o bilhete deixado pelo reitor Luiz Carlos Cancellier de Olivo continha a frase "a minha morte foi decretada quando fui banido da universidade!!!" e não "minha morte foi decretada no dia de minha prisão". A informação incorreta permaneceu publicada entre 16h47min de 2/10 e 18h30min de 4/10.
O reitor da Universidade Federal de Santa Catarina, professor Luiz Carlos Cancellier de Olivo, escreveu um bilhete antes de cometer suicídio na manhã desta segunda-feira (2), em um shopping de Florianópolis. Segundo o colunista Moacir Pereira, do Diário Catarinense, que cita uma fonte da Polícia Civil, no bilhete, Cancellier teria escrito: "A minha morte foi decretada quando fui banido da universidade!!!"
Cancellier havia sido preso temporariamente no dia 14 de setembro, na Operação Ouvidos Moucos, da Polícia Federal, que investiga desvio de verba em bolsas de educação a distância do programa Universidade Aberta do Brasil (UAB). Ele e outros seis investigados ficaram presos por um dia. A suspeita era de que o reitor havia interferido nas investigações iniciadas na corregedoria da universidade.
"O reitor não conseguiu neutralizar os efeitos políticos, sociais e psicológicos da sua prisão na Operação Ouvidos Moucos. Com toda a vida dedicada à universidade e à educação viu o esforço acadêmico e político de décadas desmoronar do dia para a noite", diz o colunista.
Segundo relatos de amigos próximos, o reitor viveu "dias terríveis" a partir da prisão, o que deu início a um quadro de depressão. "Tinha aconselhamento psiquiátrico e tomava medicamentos para neutralizar o impacto psicológico da prisão e todo o processo humilhante a que foi submetido", descreve o jornalista.
Ele costumava se manifestar inconformado, sobretudo, porque todos os supostos atos irregulares na UFSC foram praticados, segundo a própria Polícia Federal, nas gestões anteriores à sua. De acordo com o colunista, Cancellier se sentia o maior dos injustiçados com a prisão, para a qual não encontrava qualquer explicação.