Bingo: O Rei das Manhãs, de Daniel Rezende, foi escolhido nesta sexta-feira representar o Brasil na disputa pela indicação ao Oscar de melhor filme estrangeiro em 2018. A última vez que o Brasil disputou a estaueta da categoria foi com Central do Brasil, de Walter Salles, em 1999 (leia mais abaixo). Daniel Rezende já concorreu ao Oscar de melhor montagem, em 2004, por seu trabalho em Cidade de Deus (2002). Bingo também será o representante do Brasil no Goya, principal premiação do cinema espanhol.
Estavam na disputa pela indicação 23 produções lançadas no circuito comercial no período de 1º de outubro de 2016 a 30 de setembro de 2017, e exibido por pelo menos sete dias consecutivos, entre elas Como Nossos Pais, Elis, Polícia Federal: A Lei É para Todos e os documentário gaúchos Quem é Primavera das Neves e Cidades Fantasmas.
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Para coordenar o processo de seleção, o Ministério da Cultura (MinC) nomeou a Academia Brasileira de Cinema (ABC), entidade não-governamental que formou uma comissão com profissionais do setor audiovisual: Jorge Peregrino, diretor vice-presidente da ABC; Paulo Roberto Mendonça, roteirista e diretor do Canal Brasil; Iafa Britz, produtora audiovisual; David Schürmann, diretor de Pequeno Segredo, filme que representou o Brasil no Oscar 2017; o roteirista Doc Comparato e os cineastas João Daniel Tikhomiroff e Miguel Faria Jr.
Em dezembro, serão anunciados pela Academia de Hollywood os filmes pré-qualificados para a disputa, número que pode variar – foram nove no ano passado entre mais de 80 . Em janeiro, os cinco concorrentes a melhor filme estrangeiro serão anunciados junto com os indicados nas demais categorias do Oscar 2018.
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Entre os países sul-americanos que já definiram seus candidatos ao Oscar de filme estrangeiro está o Chile, com Uma Mulher Fantástica, de Sebastián Lelio, protagonizado pela atriz transexual Daniela Vega, em cartaz em Porto Alegre. Lelio já concorreu na categoria com Gloria (2013). Também estão no páreo Happy End (Áustria), de Michael Haneke, The Square (Suécia), de Ruben Östlund, vencedor da Palma de Ouro no Festival de Cannes, On Body and Soul (Hungria), de Ildiko Enyedi, ganhador do Urso de Ouro no Festival de Berlim, e In The Fade (Alemanha), de Fatih Akin, e Glory (Bulgária), de Kristina Grozeva e Petar Valchanov. Na edição 2017, 88 países indicaram filmes para a disputa, vencida pelo drama iraniano O Apartamento.
O Brasil na disputa do Oscar de filme estrangeiro *
1963 – O Pagador de Promessas, de Anselmo Duarte
1996 - O Quatrilho, de Fábio Barreto
1998 - O Que É Isso, companheiro?, de Bruno Barreto
1999 - Central do Brasil, de Walter Salles
* Em 1960, Orfeu do Carnaval, produção filmada no Rio de Janeiro, ganhou o Oscar representando a França.
Produções indicadas pelo Brasil nos anos 2000 que não foram selecionadas
2010 – Salve Geral, de Sérgio Rezende
2011 – Lula, o Filho do Brasil, de Fábio Barreto
2012 – Tropa de Elite 2: O inimigo agora é outro, de José Padilha
2013 – O Palhaço, de Selton Mello
2014 – O Som ao Redor, de Kleber Mendonça Filho
2015 – Hoje eu Quero Voltar Sozinho, de Daniel Ribeiro
2016 – Que Horas ela Volta?, de Anna Muylaert
2017 - O Pequeno Segredo, de David Schurmann