Afastado da presidência da Câmara por problemas de saúde desde meados de agosto, Felipe Gremelmaier retorna ao cargo na próxima segunda-feira (28) e vai ter como missão seguir o rito de análise do processo de impeachment do prefeito Daniel Guerra. O documento foi entregue à Câmara na sexta-feira (25), assinado pelo bacharel em direito João Manganelli Neto.
Gremelmaier disse que ainda não teve acesso ao material, mas que seguirá os trâmites burocráticos estabelecidos pela lei. "Não tem interferência política", comenta o peemedebista.
A peça será disponibilizada oficialmente a partir da sessão ordinária de terça-feira, conforme a assessoria de imprensa do Legislativo. O Decreto Lei 201/67 estabelece que o presidente da Câmara deve consultar os vereadores sobre o recebimento ou não da denúncia. Caso seja aceita, a comissão processante será constituida na mesma sessão.
O pedido de impeachment é embasado uma série de polêmicas em que o prefeito se envolveu desde o início do mandato. Entre os apontamentos, estão violação de decisões judiciais sobre a presença do vice-prefeito Ricardo Fabris de Abreu no governo; violação da autonomia do Legislativo com a nomeação do líder do governo Chico Guerra (PRB) para compor a comissão que discute a ocupação da Maesa; violação de direitos sociais em uma manifestação popular na prefeitura nesta semana, que terminou em confronto entre a Guarda Municipal e moradores; e a quebra de decoro quando o prefeito, por exemplo, ataca agentes políticos do município.
Posição do prefeito
Em coletiva de imprensa, na sexta-feira, o prefeito disse que existem pessoas que não aceitaram a vitória dele nas eleições e a forma como governa. Apontou ainda que a Câmara, que é responsável por aceitar ou não o pedido, deve respeitar a lei e a vontade do eleitor.
"As pessoas precisam entender que o povo de Caxias vem dando um recado ao Estado e ao Brasil, de que não quer mais discursos, mas sim ações comprometidas com o interesse público".