Os pousos e decolagens do aeroporto Salgado Filho deixaram de contar com um rigoroso sistema de vigilância. Os 10 gaviões e falcões que eram acionados para impedir a aproximação de aves de pequeno porte de aeronaves não estão mais no local.
O contrato firmado em 2011 entre a Infraero e a Hayabusa Falcoaria foi encerrado no dia 15, sem possibilidade de prorrogação. A empresa recebia mensalmente um valor aproximado de R$ 50 mil pelos serviços prestados.
Apesar do fim do vínculo, a Infraero informa que a segurança dos passageiros não será afetada. Uma nova licitação está sendo desenvolvida pela Infraero. Porém, ainda não há previsão de realização da concorrência.
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De acordo com o proprietário da falcoaria, Gustavo Trainini, cinco funcionários atuavam no controle das aves. Quando algum animal era identificado na pista do aeroporto pelo Controle de Tráfego Aéreo, um alerta era lançado à empresa, que tinha três minutos para percorrer a pista, soltar o gavião ou falcão, afugentar ou capturar a ave intrusa e deixar o local.
Na relação de animais mais inoportunos estão o quero-quero, a marreca e o maçarico. Normalmente, eles eram afugentados, mas podiam também ser capturados. Quando isso ocorria havia o "pagamento de resgate".
- Usamos pedaço de carne de codorna e eles (gaviões e falcões) largam as aves capturadas - explica Trainini.
Os falcões e gaviões que participavam dessa missão no aeroporto eram escolhidos dentro de uma nova ninhada. Eles recebem treinamentos de até oito meses e depois estão aptos a desempenhar a função.
- De uma ninhada de falcão, por exemplo, temos que catar os melhores. Os que vão te obedecer e os que vão caçar bem.
As aves apreendidas eram levadas para uma fazenda em Camaquã, indicada pela empresa com anuência da Fundação Zoobotânica e autorizada pelo Ibama. Lá eram marcadas com anilhas e depois soltas.